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Enviada em: 13/04/2019

O filme "Wall-E" narra a trajetória de um robô que vive na inóspita Terra de 2700 compactando lixo. A animação retrata uma realidade em que o homem foi tomado pela ganância e destruiu os recursos naturais do planeta em nome de um falso progresso. Analogamente ao abordado pela obra, no Brasil do século XXI, a dicotomia entre desenvolvimento e preservação ambiental é intensa, haja vista que território é cada vez mais devastado e as leis florestais, flexibilizadas. Vista disso, é necessário debater as causas que levam a tal paradigma.        Em primeiro plano, destaca-se o intenso desmatamento de áreas para fins agropecuários. Segundo o IBGE, a criação de lavouras foi responsável por 65% de toda deflorestação brasileira entre os anos de 2000 e 2010. Essa gigantesca destruição de mata nativa é causada, principalmente, por pequenos trabalhadores rurais que, com a necessidade de aumentar sua produção e sem recursos para investir na tecnologia de sua propriedade, enxergam no desmatamento a chance de aumentar os hectares de área plantada e, consequentemente, o seu ganho por safra.        Outro fator que corrobora para tal problemática é a omissão do Estado no que tange o estabelecimento de leis que protejam a fauna e flora brasileiras. Os mais altos escalões federativos da nação, muitas vezes, não se opõem à flexibilização do Código Florestal por conta da forte influência e poder que a bancada ruralista detém nos plenários. Bancada essa que, por meio de Projetos de Lei ou Medidas Provisórias, abre brechas e até mesmo legitima e degradação de áreas as quais, previamente, eram consideradas de proteção total, tornando, assim, muito mais recorrente o deflorestamento no território brasileiro.        Logo, percebe-se que a presente realidade de desmatamento a pedido da prosperidade traz consequências indesejáveis e precisa de intervenção. A priori, é necessário que haja uma parceria entre os Ministérios do Meio Ambiente e Agricultura para a realização de cursos técnicos e de capacitação em tecnologia agrícola, para que os pequenos proprietários possam implementar tais no seu negócio e fazer um melhor uso da terra, diminuindo, assim, a necessidade de desmatamento. A posteriori, também é preciso que o Governo Federal não se acanhe frente aos parlamentares mais retrógrados e crie leis que endossem cada vez mais as rígidas normas florestais brasileiras. Assim, ter-se-á um desenvolvimento economicamente viável, socialmente justo e, acima de tudo, ambientalmente sustentável.