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Enviada em: 09/09/2017

"Os fins justificam os meios", célebre frase de Maquiavel, sintetiza o funcionamento da sociedade capitalista do mundo atual. A busca pelo lucro não leva em consideração os impactos que causa, não só na sociedade, como também no meio ambiente, pois o status fornecido pelos bens materiais e o individualismo enraizados no pensamento de indivíduos e de grandes corporações, têm gerado uma dissociação entre homem e natureza, fazendo com que a realização de um mundo sustentável permaneça uma utopia e o futuro da espécie e do planeta, uma incógnita.  A rejeição de Donald Trump, presidente de uma das nações mais poluentes do mundo, ao Acordo de Paris, é prova de que os interesses das grandes corporações, que movimentam os mercados internacionais, são antepostos à preservação ambiental, e como são pautados no lucro imediato, nem mesmo se preocupam com suas próprias condições de existência em um planeta devastado nas próximas décadas. Assim sendo, o comportamento dos governos, seja por posicionamentos radicais como o de Trump, seja por fiscalizações falhas, acaba corroborando com a irresponsabilidade das empresas, visando usufruir de seus lucros para ascender no cenário econômico mundial.  Em decorrência do descaso dado à questão ambiental, em detrimento do capital, o homem têm provocado desastres com consequências incomensuráveis, tanto para os ecossistemas locais, como para o próprio homem que habita tal região, como foi o caso do acidente provocado pela Samarco em Mariana em 2015, o maior desastre ambiental sofrido pelo Brasil e um dos maiores do mundo. A partir de episódios como este, esperava-se que o ser humano compreendesse que faz parte da natureza e que suas ações repercutem à suas próprias condições de vida, porém o rápido "esquecimento" do caso por parte da mídia revela o comportamento inconsciente das massas e das grandes corporações.   Além disso, a obsolescência programada e percebida, estimula nos indivíduos o rápido descarte de seus produtos adquiridos, para que possam estar sempre comprando novos e assim mantendo o sistema em funcionamento. Incutindo a ostentação e o individualismo, este fenômeno aumenta ainda mais a produção de lixo pelos indivíduos, que muitas vezes não são biodegradáveis.   É imprescindível, portanto, que os governos fiscalizem mais suas empresas quanto ao cumprimento das leis ambientais, assumindo uma postura mais responsável quanto ao meio ambiente. Cabe também às escolas e à mídia, que, através de debates e programas, incentivem na população comportamentos de consumo consciente, para que as novas gerações não perpetuem o grande descaso da sociedade atual para com o meio ambiente. Assim, aos poucos, espera-se que o comportamento maquiavélico que rege o homem de hoje seja substituído por outro, mais cauteloso e lúcido.