Materiais:
Enviada em: 25/07/2018

Muitos brasileiros desconhecem o real anseio da política enquanto ciência social, bem como o seu significado intrínseco, visto que a mesma não é devidamente esmiuçada nas escolas. Logo, lideranças influenciam-os, de acordo com seus propósitos individuais, por meio da injeção de ideologias, fomentando o surgimento de discussões superficiais - como os doutrinados embates entre direita versus esquerda - e propiciando a dissidência do termo vernáculo "politicagem", que exprime o usufruto do poder político como forma de autobenefício e ou de ascensão socioeconômica; em dissonância com o real propósito de tal ciência. Doravante, o Brasil permanece oligárquico a medida que os seus indivíduos votantes são manipulados por esses ideais, sem possuírem, a priori, o conhecimento político em sua bagagem educacional, na crença de somente exercerem a civilidade nas eleições.        A menos que o cidadão opte por cursar uma graduação em área jurídica ou apresente, espontaneamente, interesse pelo assunto, dificilmente obterá instrução política em sua formação acadêmica. Isso porque na BNCC (Base Nacional Curricular Comum), que determina as disciplinas abordadas nas escolas, não está explícito o ensino da política como conteúdo obrigatório, abordando cargos e funções exercidas pelos representes - ou que deveriam sê-las - apesar dessa ser essencial à cidadania. Tal ciência é estudada, brevemente, em matérias específicas, como a filosofia e sociologia.        Ressalta-se que essas últimas foram implementadas como essenciais às grades curriculares das escolas, em 2006, vivendo, na atualidade, o dilema de serem novamente sucateadas pela Reforma do Ensino Médio. Logo, o Brasil que deveria exercer continuamente à democracia, conquanto, está cada vez mais semelhante à Bruzundanga, de Lima Barreto. Todavia, iniciativas louváveis começam a surgir na Internet, que é uma ferramenta de grande impacto social, como a oferta gratuita de cursos de ciência política, com grande qualidade técnica, tal qual existe, atualmente, na plataforma educacional Universia, possibilitando a pluralização de um dado conhecimento que seria inatingível anteriormente.     Em síntese, a dogmatização do ensino regular demonstra o quanto ONGs, professores e políticos devem lutar incessantemente para destruir os currais donde afirma-se construir a política. A medida que tais instituições e indivíduos conseguirem influenciar criticamente a outrem, sejam por cursos ou palestras, a questionar à miséria, à corrupção e à politicagem, iniciar-se-à, portanto, a transformação social de que o Brasil necessita. Ademais, é essencial a tramitação pública da nova BNCC, afim de modificarem-se os equívocos, fato que não está ocorrendo, visto que a audiência programada para a cidade de São Paulo foi cancelada devido aos protestos da população local. Ora, se a Constituição brasileira pauta-se na democracia, nada mais lógico que cumpri-la, a medida que o protesto é legítimo.