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Enviada em: 06/08/2017

Em relação ao contexto histórico mundial, o direito de voto é algo muito recente. Nas pólis gregas, por exemplo, a política era direta, todavia, o título de cidadão participante era dado a uma inexpressiva parte da população. Essa realidade da política restrita à poucos começou a mudar apenas a partir do século XVIII com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, sendo que no Brasil, apenas em 1988 o sufrágio se tornou universal. No entanto, quando os brasileiros adquiriram esse direito de valor inestimável, esqueceram alguns de seus deveres fundamentais.    A população vê no exercício de votar a própria manifestação de sua vontade, que elege seus representantes e escolhe seu plano político. Porém, o exercício político e democrático não está limitado somente aos períodos de votações, mas, principalmente depois dele, quando os eleitos exercerão seus cargos, cumprindo a vontade geral de seu povo, cabendo à estes participar ativamente e fiscalizar a condução do poder e sua viabilidade. Quando esse elo se desfaz, a democracia sangra, sendo exercida unicamente em parte, na escolha dos representantes, no entanto, quando não há participação popular, o cumprimento de algumas propostas, ou até mesmo a forma de governar, podem ser deixadas a segundo plano ou não efetivadas.    Contudo, mesmo tendo em vista essa realidade paradoxal, a problemática está longe de ser resolvida. E, a falta de investimentos em setores educacionais é o principal fator para essa permanência, criando um círculo vicioso, no qual a população, com baixo grau de instrução, não participando ativamente dos trajetos políticos de seu país, terá maior probabilidade de eleger más elementos, nocivos a estabilidade social, que não darão o devido valor aos mecanismos de educação, fechando o ciclo.     Dessa forma, percebe-se que a superação desse paradigma acontecerá a medida que se desvincular a ideia de democracia exclusivamente das eleições e começar a pensar em uma ampla participação pós-eleições. Para conseguir este feito, baseado no pensamento kantiano de que, "é no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade", o MEC deverá alterar o currículo de ensino das escolas, inserindo, como matéria obrigatória, o estudo de políticas sociais, com o fito de conscientizar a nova geração e evitar novos problemas.Segundo John Locke, "onde não há lei, não há liberdade. Seguindo o pensamento do filósofo, poderia ser discutida a criação de uma emenda constitucional que torne a condução governamental mais transparente, como direcionar  informações em cadeias midiáticas governamentais e abertas, dos rumos políticos a serem seguidos, de modo a aumentar o conhecimento da população.