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Enviada em: 02/10/2018

Muito se discute sobre a Crise de Segurança Pública no Brasil. Nesse contexto, são necessárias medidas estruturais para assegurar uma redução progressiva no quadro de violência. Isso não só a partir de uma compreensão holística do problema, mas também por meio da oferta de uma formação socioeducativa aos cidadãos.        Em primeiro lugar, é preciso um afastamento das visões mais simplistas para decifrar a situação brasileira. Existem, hoje, muitas abordagens para o entendimento da violência, permeando ênfases no indivíduo e na sociedade, ou mesmo culpabilizando a pobreza e o contingente populacional. A verdade, é que o Brasil está entre os países mais violentos do mundo, superando, inclusive, outras nações com características mais propícias a essas justificativas. Além disso, mediante o caos, a sensação de insegurança cresce, assim como as respostas prontas e as alternativas superficiais, como, por exemplo, propostas de redução da maioridade penal e liberação do porte de armas para os civis. Dessa forma, quanto mais cautelosa for a percepção acerca do problema, mais chances haverá para uma atuação efetiva.        Soma-se a isso, a grande necessidade de educação e acesso à profissionalização. Isso porque, as instituições sociais como escolas, centros culturais e esportivos possuem grande relevância na construção de valores contrários à criminalidade, já que atuam reduzindo a vulnerabilidade daqueles que estão mais expostos à violência e oferecem a eles perspectiva de ascensão social e desenvolvimento pessoal, além da capacitação aos postos de trabalho. O antropólogo Darcy Ribeiro demonstrou isso ao dizer que, se os governantes não construíssem escolas, faltaria dinheiro para a construção de presídios. Assim, pode-se corroborar a ideia de que a educação é um viés para a superação de grandes entraves no país.       Por todos esses aspectos, a combinação de estratégias estruturais pode permitir avanços graduais na diminuição da violência. Faz-se necessário que o Estado ofereça educação de qualidade aos cidadãos por intermédio de investimentos nas instituições de ensino, cultura e lazer, objetivando a formação pessoal e acadêmica de todas as faixas etárias. Além disso, a participação das ONGs é imprescindível, pois a própria população deve se envolver com a promoção de mudanças. Dessa forma, será possível uma compreensão mais realista da complexidade dessa problemática e uma possível melhora do quadro brasileiro.