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Enviada em: 19/11/2018

As armas em punho não ganham a batalha da segurança pública, e sim, giz e quadro negro. Perguntaram a Caetano Veloso, compositor brasileiro, sobre a violência do Brasil e ele respondeu se tratar de uma desumana desigualdade social que perpetua esse quadro e configura a necessidade constante de esforços para atenuar e garantir caminhos diferentes do presente. Assim, as peças desse traiçoeiro jogo são o Estado, a sociedade, as Organizações não Governamentais, a escola e a família, e, como em um brinquedo de montar, a junção dessas levam a mudança do cenário atual.       Jurandir Costa, psicanalista brasileiro, em primeira análise, afirma que a questão crucial é saber como suspender a violência. Para que essa remoção ocorra é necessário mudar o perfil do agressor no que se refere a: raça, faixa etária e anos de instrução – negro, jovem e menos de uma década. Então, a assimilação desse retrato impõe que o Estado combata os preconceitos raciais e sociais, viabilizando mais projetos para salvar a população dessa partida sangrenta.       No que tange à educação, Paulo Feire defendia que, quando essa não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor. Desse modo, a educação é o meio propulsor de reversão de violência. Entretanto, ao ensino no país carece de releitura, porque alcançar esses jovens marginalizados demanda melhores condições de trabalho e dedicação exclusiva dos profissionais envolvidos.       Além disso, em Críton, Platão escreveu: Não deverá gerar filhos quem não quer dar-se ao trabalho de criá-los e educá-los. A sociedade como um todo deve ser atuante, embora é a família que habilita o indivíduo a conviver em sociedade com preceitos e regras, previamente, estabelecidos. Ao responsabilizar os familiares pelos atos do agressor é como incitar uma mudança na atual situação brasileira.       A violência se resolve, logo, com papel e caneta. Assim, o Estado reduz a intercorrência por meio de políticas públicas e gestão de segurança eficientes. A sociedade e a mídia transformam, paulatinamente, o preconceito em algo ultrapassado por meio de produções artísticas que retratam a vida dos segregados para que os brasileiros desestruturem o formato vigente. Que o Ministério da Educação use o ambiente escolar na promoção de um ensino mais atraente e libertador com debates sobre a importância dos saberes com palestrantes locais com o objetivo de agregar o popular ao erudito. Ainda, as ONG’s ligadas à ressocialização devem fomentar a presença e a participação dos familiares do agressor durante esse processo com o intuito de transformar o quadro, pois são esses parentes que facilitam o não retorno à criminalidade. Com essas ações, em breve, a violência será tema de livro de ficção, não mais de páginas de jornal.