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Enviada em: 10/02/2019

O filosofo Thomas Hobbes, durante o período moderno, acreditava que o estado natural do homem era o de constante conflito com a própria espécie, ao afirmar que “o homem é o lobo do próprio homem”. Além disso, na contemporaneidade, tem-se a perspectiva determinista do século XIX para explicar o comportamento humano – o qual, conforme essa teoria, é influenciado pelo ambiente ao qual o ser está exposto. Nesse sentido, é valido afirmar que o aumento no número de homicídio no Brasil possui como causas fatores sociais e ambientais – como a desigualdade social – o que gera, como consequência, o estado caótico de conflitos proposto por Hobbes – que configura-se como grave problema social.       A princípio, as raízes históricas de um pais que manteve o sistema escravista em vigor por séculos explicam a persistência da violência. Nesse viés, durante o Período Colonial brasileiro, a riqueza e a terra foi dividida de modo que apenas pequena parcela de indivíduos usufruísse a maior parte desses recursos. Isso contribuiu, ao longo dos tempos, com o aumento no número de periferias e dos conflitos por terra. Com isso, o ambiente de injustiça no qual as classes menos favorecidas se encontram, consolida o crescimento no número de homicídios – os quais ocorrem, em maior parte, no campo e nas periferias urbanas.       Em segunda análise, os homicídios causam um desequilíbrio na coesão social que afeta os próprios cidadãos e geram custos ao Governo Federal. A esse respeito, o filosofo Jean-Paul Sartre afirma que a violência, seja qual for a maneira na qual ela se manifesta, é sempre um prejuízo. Nesse sentido, as perdas humanas, bem como a necessidade de maiores investimentos em segurança pública, evidenciam a gravidade dessa situação. Logo, é inaceitável a persistência desse impasse numa nação que se constitui como democrática.       Evidencia-se, portanto, que o Governo Federal se mobilize de forma efetiva quanto ao combate à violência no Brasil. Para isso, o Ministério Público deverá – por meio de verbas governamentais – realizar uma ação social nas periferias e em outros ambientes vulneráveis à violência, em que sejam oferecidas melhorias na infraestrutura do local e na educação, como a oferta de cursos técnicos aos indivíduos, a fim de reduzir os índices de homicídios. Assim, o estado natural proposto por Hobbes passará a ser uma realidade distante no país.  p.s: foquei na temática dos homicídios, porque acredito que o Enem não cobraria o tema da violência de forma genérica, e sim específica.