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Enviada em: 17/08/2017

A violência, em suas mais diversas formas, configura-se como um fenômeno histórico da sociedade brasileira. A escravidão dos povos africanos, a colonização mercantilista, o coronelismo, as oligarquias, somadas a um Estado caracterizado pelo autoritarismo burocrático, contribuíram enormemente para a ocorrência do assunto em discussão. Nesse âmbito, torna-se indispensável que seja adotada uma postura por parte dos órgãos públicos aliados ao corpo civil para tratar essa realidade cultural do país.    Para o sociólogo alemão Karl Marx, as dificuldades sociais são fabricadas pelas relações econômicas desiguais existentes no sistema capitalista. A vida social produz e reproduz, em diferentes níveis, uma multiplicidade de relações contraditórias, que, por sua vez, são responsáveis pela manutenção das desigualdades sociais. Diante do exposto, torna-se indubitável que as diferenças sociais é um agravante desse infortúnio, uma vez que apenas uma pequena parcela da população tem acesso às melhores condições de vida. Além disso, a ingerência estatal frente a esse entrave corrobora para sua permanência, uma vez que as políticas públicas atuais são insuficientes para prover os direitos básicos de vida a todos os cidadãos, tais como saúde, educação, alimentação e moradia digna.     Por outro lado, urge salientar a marginalização social que ocorre no país. Desde a criação dos cortiços, durante a República Velha, a população negra, em sua maioria, encontrava-se em estado de pobreza e exclusão social, sendo vistos como criminosos em potencial. Hodiernamente, essa visão é repetida pelos órgãos estatais de segurança pública, aliado ao preconceito pertencente a uma parte da população, o qual associa o negro a um criminoso. Por consequência dessa prática, muitos jovens são mortos em áreas carentes por policiais ou em confrontos de facções criminosas rivais. De acordo com dados da Anistia Internacional, ocorreram 30 mil assassinatos de jovens no país em 2012, sendo 77% negros, o que reforça a realidade violenta das comunidades mais humildes.    Logo, torna-se evidente que a violência é um problema atrelado a questões históricas e culturais do Brasil, o qual necessitada de soluções. Cabe ao Governo Federal, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, promover políticas públicas que amenizem a desigualdade econômica no país, por exemplo, com a criação de mais empregos, por meio de isenção de impostos com empresas, além de reforçar, por meio de investimentos, as políticas públicas atuais, como o bolsa família e os cursos técnicos públicos, como também deve aumentar os envios de capital aos órgãos de estrutura pública, tais como a educação, saúde e alimentação. Além disso, cabe ao Estado, em parceria com o Ministério da Educação, trabalhar o tema da questão racial no país, através da inserção de matérias que trabalhem o senso crítico do aluno, como sociologia e filosofia.