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Enviada em: 14/06/2018

Por que estamos longe de erradicar o trabalho infantil?  Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa o trabalho infantil na realidade brasileira, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constato na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada a realidade do pais, seja pelo sistema capitalista vigente, seja pela cultura popular de que certos tipos de trabalho ajudam na formação das crianças. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade.  É indubitável, que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filosofo grego Aristotéles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, o sistema econômico vigente rompe essa harmonia, haja vista que, as atuais condições que são impostas, sobretudo, em regiões rurais, obrigam famílias a inserirem seus filhos precocemente nas atividades econômicas.  Outrossim, destaca-se a cultura popular ‘’o trabalho dignifica o homem’’, como impulsionador do problema. De acordo com Dunkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercibilidade sendo essa linha de pensamento observa-se que socialmente, pensamos que quanto mais cedo inserirmos crianças e jovens em atividades econômicas, estaremos tornando-os cidadãos de bem, a fim de evitar que componham o grupo de marginais e delinquentes, entretanto, observa-se que tal pensamento está prejudicando a juventude atual.  É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o poder legislativo, em parceira com o Ministério Público do Trabalho (MPT), deve criar uma legislação especifica que penaliza criminalmente empresários que empregam crianças, promovendo a diminuição dos índices de crianças trabalhadoras. Ademais, como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas transformam o mundo. Logo o IBGE (Instituto, Brasileiro de Geografia), juntamente ao Ministério da Educação (MEC), deverá fazer um levantamento nacional das regiões onde há crianças trabalhando e deve instituir nas escolas palestras ministradas por psicólogos, que discutam o combate ao trabalho infantil, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não vire a realidade das sombras, assim como na alegoria de Platão.