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Enviada em: 23/08/2017

Quanto custa uma infância?   Um cenário comum na Inglaterra e posteriormente por toda a Europa, no século XVIII, era a abundante utilização de mão-de-obra infantil nas fábricas em meio à Revolução Industrial, visando uma menor perda de funcionários, tendo em vista que corpos pequenos tinham menor chance de serem esmagados pelas máquinas. No Brasil, hoje, as crianças ainda são vistas como uma fonte rentável de lucro, realidade esta que necessita de uma vez por todas ser combatida.    Em primeiro lugar, contudo, análogo à teoria Kantiana, que diz que "o homem é aquilo que a educação faz dele", o cenário que o Brasil se encontra em relação às crianças, traz a seguinte questão: o que será então que infâncias desprovidas de educação e cultura significam para o país? Uma vez que o sistema capitalista é vigente em nossa pátria, é preciso atentar-se para o eminente perigo da vida ser utilizada como mera moeda de troca. Quando o direito à infância, ao acesso à educação e cultura são suprimidos em função de atividades laborais, é evidente que tais pessoas afetadas tornam-se potenciais adultos analfabetos que compõe uma parcela, de certo modo, fragilizada do mundo globalizado atual, vulneráveis à tipos exploração de diferentes naturezas.   Além disso, também, se de acordo com o ECA, é dever dos órgãos competentes e da sociedade garantir aqueles direitos, nós estamos falhando miseravelmente neste papel. Seja trabalhando no sinal, seja em fábricas, quando um pequeno ser humano, em fase de crescimento, é submetido ao abandono de sua segurança fundamental (independente de ser para auxiliar no sustento de sua família ou não), aquela criança é exposta à atividades prejudiciais ao seu desenvolvimento físico e psicológico. Tal fato permite-nos questionar, portanto, a própria Constituição Cidadã; pois se ela garante o direito a uma vida digna, deveria ser um crime inafiançável tirar de uma criança a pureza e saúde que lhe é assegurada -tal crime, porém, além de amplamente cometido, mostra-se acima de tudo rentável.   É indubitável, sendo assim, que a realidade a ser transformada, está mais do que na hora de ser uma prioridade, tendo em vista que é inaceitável tantos direitos sendo violados, e consequentemente beneficiando quem os viola. Medidas como o Termo de Cooperação Conjunta contra a exploração do trabalho infantil, que tem se mostrado efetivo em Rondônia, precisa ser ampliado a nível nacional, tendo ascensão em todos os âmbitos da Indústria. Vê-se necessária também a disponibilização de canais acessíveis de denúncia, por parte do Ministério do Trabalho, para que a sociedade participe do combate à exploração, e seja, dessa forma, órgão de fato transformador; a fim de que possamos levar o pensamento de Kant como um fator de justiça e esperança de um país melhor.