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Enviada em: 20/08/2018

Segundo o filósofo Descartes, na obra Discurso sobre o Método, pensar é a condição da existência. Desta feita, é indubitável a importância da leitura na formação do pensamento crítico, haja vista sua capacidade de transmissão de informações ao longo do tempo. No entanto, seja pela falta de uma educação de qualidade, seja pelo protecionismo econômico exacerbado, a formação de leitores proficientes no Brasil é deficitária e, portanto, precisa ter seus impasses resolvidos.      De acordo com a Constituição Federal, todos têm direito à educação de qualidade, todavia o Poder Executivo não efetiva tal princípio, posto que a maioria das escolas de rede pública são precárias e não apresentam programas de incentivo à leitura. Essa deturpação do sistema educacional impede que grandes transformações sociais aconteçam, já que, para o educador brasileiro Paulo Freire, se a educação sozinha não muda a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.      Outrossim, consoante Karl Marx, no mundo capitalizado a busca pelo lucro supera a preocupação com a qualidade de vida dos cidadãos. Dessarte, aliada à supracitada falta de leitura nas escolas, o alto valor cobrado por livros e a precariedade das bibliotecas públicas tornam o país cada vez mais estratificado e estagnado, tendo em vista a limitação do acesso à informação por barreiras socioeconômicas.      Sendo assim, levando em consideração a importância da formação de leitores proficientes, é preciso que seus desafios sejam solucionados. Para isso, é necessário que o Poder Executivo efetive uma educação de qualidade, contando ações do Ministério da Educação para levar às salas de aula programas educativos que incentivem à prática literária, como o "Mundo da Leitura", apresentado pela TV Futura, por exemplo. Além disso, é imprescindível que o Governo desenvolva mais bibliotecas públicas e regule o preço dos livros, a partir de incentivos do Ministério da Cultura à produção em larga escala, o que, de acordo com a Lei da Oferta e da Procura, causará o barateamento do produto. Só assim a população responderá à condição de existência preconizada por Descartes.