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Enviada em: 11/10/2018

De acordo com a Constituição Cidadã de 1988 – norma hierárquica de maior autoridade nacional – o direito a leitura deve ser assegurado a todos aqueles que a solicitem. No entanto, hodiernamente, mesmo com essas prerrogativas jurídicas, o Brasil ainda apresenta índices mundiais horrendos no que tange a educação e a porcentagem de leitores em relação a sua população. Nessa perspectiva, na sociedade brasileira contemporânea, ao se analisar a falta de incentivos à leitura, é fundamental perceber que a negligência governamental com a educação pública e a alienação das massas são persistentes entraves às transformações que permitem o equilíbrio e a liberdade.  Mormente, é importante ressaltar que, segundo Immanuel Kant, o homem, somente a partir da educação, poderá alcançar, com plenitude, sua capacidade intelectual, sendo ela um dos principais agentes norteadores do comportamento humano. Assim, a leitura disponibiliza-se como um forte instrumento de conhecimento, auxiliando o indivíduo a contestar e refletir sobre a sociedade em que vive. Dessa forma, o erro governamental em proporcionar uma educação pública de qualidade reflete na ausência de incentivos à leitura e, consequentemente, na falta de interesse individual nessa atividade.  Outrossim, observa-se que o conceito de Industria Cultural, desenvolvido por Adorno e Horkheimer, consiste na alienação das classes populares para a difusão de uma cultura de massa. Esse processo ocorre, analogamente, na sociedade brasileira em relação a leitura, tendo em vista a busca por indivíduos mínimos orquestrada por um sistema excludente e elitista, o capitalismo. Com isso, os incentivos à leitura acabam sendo reduzidos, visto a preferência de pequenos grupos em manter uma população ignorante e sem senso crítico.  Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para solucionar esse problema. É imperioso, nesse sentido, que o governo, em conjunto com o âmbito familiar, incentive as crianças a lerem regularmente desde pequenos, por meio da conciliação da leitura e da diversão, na qual transforme essa prática em um costume vitalício, com o fito de proporcionar um olhar crítico para a população a respeito de seu contexto. Sob essa ótica, aumentar-se-á a quantidade de pessoas que terão o acesso pleno a leitura no Brasil, como previsto pela Constituição brasileira.