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Enviada em: 12/06/2019

O Prelúdio da Discórdia          A leitura desde sempre nos proporciona o conhecimento em amplas áreas, permite explorar novos horizontes e, além disso, estimula a imaginação e a criatividade. Através dela, desenvolvemos grandes proporções acerca do mundo; sendo assim, é indubitável reconhecer sua abrangente importância tanto no passado quanto na contemporaneidade. Logo, é passível analisar os porquês de sua necessidade para se entender a coercitividade e poder de transformação que o ato de ler traz às pessoas.        Em primeiro lugar, é importante salientar que, durante a Idade Média, apenas uma classe social possuía acesso à leitura - o Clero - que, paralelamente, detinha o conhecimento e, através dele, o poder naquela época. Nesse sentido, possibilita-se auferir enorme poder de transformação, pois ela permite o conhecimento e torna-se uma ameaça ao controle coletivo, desde que ela seja utilizada com grande sabedoria e coerência, fato que é antagônico ao período supracitado, porque a leitura foi utilizada como vantagem para se implementar a hierarquia social, percebendo-se, assim, o lado dúbio acerca dessa prática tão necessária. Não obstante, é possível analisar a leitura como prelúdio da discórdia, porque ela possui enorme condão não só para o desfortúnio mas também para o benfazejo.     Outrossim, decodificar um texto é, pois, importante. No entanto, compreender e aplicar o conhecimento oriundo da leitura é ainda mais preciso para se objetivar mudanças por meio dela, o que é análogo à conclusão do neurocientista Pedro Calabrez, o qual afirmou que o conhecimento sem ação é vazio. Tal fato é representado na obra ''A Menina que Roubava Livros'', que retrata a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, onde privou-se a população do acesso aos livros e, simultaneamente, à leitura. Desse modo, observa-se, novamente, o pavor de líderes autoritários em relação ao uso desse registro como gerador de conhecimento, porque ele permite a crítica, o pensamento individual, desenvolve a inteligência e culmina na transformação social diante seu poder.       Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para fomentar a leitura com seu viés positivo. Logo, é mister, por parte do Ministério da Educação, a criação de campanhas que incentivem-na em qualquer fase da vida, além de destacar-se seu enorme poder de transformação, sendo a base do conhecimento tanto global quanto específico e, nas escolas, estimular a leitura através da criação de um período semanal somente para essa prática. Caso contrário, permitir-se-ia a alienação coletiva, exatamente como ocorreu durante a Idade Média e a Segunda Guerra Mundial.