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Enviada em: 23/08/2018

Ao longo dos períodos históricos, construiu-se a imagem do idoso como indivíduo sábio, que deveria ser respeitado e honrados por sua experiência no mundo. Indo de encontro a essa visão, a sociedade brasileira parece não cumprir com as tradições, considerando o crescimento exponencial de problemáticas relacionadas aos cidadãos com mais de 60 anos no país. Visto isso, cabe analisar o papel do Estado e da instituição familiar no que diz respeito à valorização do idoso no Brasil.    Deve-se destacar, de início, que a ação estatal é negligente no que tange à garantia de direitos básicos aos longevos. Segundo a perspectiva contratualista de John Locke, o Estado tem a função de garantir que os cidadãos gozem dos mesmos direitos, imprescindíveis para a igualdade de todos. Quanto a essa questão, os obstáculos encontrados pelo grupo em serviços de transporte, por exemplo, com insuficiência de assentos especiais para atender à demanda populacional, evidenciam a falha do Poder Público em cumprir a máxima contratual e reconhecer a importância dos idosos.     Vale ressaltar, também, a falha da família em assegurar o cumprimento dos direitos dos mais velhos. De acordo com o Estatuto do Idoso, é papel da instituição garantir o acesso à dignidade, à vida, à saúde e ao respeito. Entretanto, a maioria dos casos de maus tratos registrados pela Delegacia de Proteção ao grupo parte do próprio grupo familiar. Por conseguinte, o ambiente familiar se torna hostil, inadequado e perigoso aos longevos, ao invés de acolhedor e seguro, esclarecendo a ausência da valorização aos mesmos.     Visto isso, medidas são necessárias para resolver as problemáticas. Com o intuito de garantir os direitos contratuais indispensáveis para a vida em sociedade, o Ministério do Transporte deve decretar que todos os assentos dos transportes coletivos sejam destinados aos idosos, na presença deles. Outrossim, cabe ao Poder Público realizar uma campanha publicitária que conscientize a população sobre as violências sofridas pelos idosos no ambiente familiar, com relatos reais e impactantes, a fim de reduzir os casos de maus tratos e gerar um ambiente mais seguro e acolhedor aos longevos. Desse modo, a sociedade brasileira se aproxima da tradição e reconhece a necessidade de valorizar o idoso.