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Enviada em: 06/10/2018

Na Pré-História, mais precisamente no Período Paleolítico, a maioria da população morria ainda na juventude, devido à caça arriscada e à ausência do fogo para eliminar bactérias. Hodiernamente, graças ao desenvolvimento da Medicina e às políticas públicas, a expectativa de vida do brasileiro aumentou bastante e, com isso, a quantidade de idosos. No entanto, seja pela fluidez das relações familiares ou pelas preocupações econômicas, tal faixa etária não está sendo valorizada, o que acarreta abandono e maus tratos e, portanto, precisa ser revertido.        Em relação à fluidez moderna, consoante o pensamento de Zygmunt Bauman, as relações se tornaram cada vez mais superficiais, posto que a pressa cotidiana e a preocupação com o trabalho substituem as relações afetivas. Desse modo, a família, que não tem "tempo" para cuidar do idoso, acaba abandonando-o em lares, muitas vezes precários, que apesar de abrigarem, não cumprem o papel da família de valorização.      Já no tocante à economia, tem-se que o envelhecimento populacional, realidade em países europeus, demanda maiores gastos do governo, já que os idosos fazem parte da população economicamente inativa. No Brasil, embora tal envelhecimento não seja tão significante quanto em países desenvolvidos, já são discutidas reformas na previdência, comprovando a ideia de Karl Marx de que, no mundo capitalizado, a preocupação econômica supera a com o bem-estar social.         Destarte, para que o idoso seja valorizado, é necessário que o Ministério da Cultura, tendo em vista seu poder ideológico, incentive campanhas midiáticas que retratem a importância dos laços afetivos, objetivando combater tanto o abandono de pessoas mais velhas, quanto a visão de que são incapazes. Outrossim, é dever do poder público, de acordo com o Art. 3 do Estatuto do Idoso, fornecer a dignidade, o lazer e o respeito que essa faixa etária merece, o que pode ser concretizado a partir da construção de mais praças específicas para idosos bem como a manutenção de uma aposentadoria justa. Só assim, ter-se-á o idoso como símbolo de um duro desenvolvimento antecedido por uma história marcada pela baixa expectativa de vida.