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Enviada em: 10/10/2018

De acordo com o Estatuto do Idoso, é dever da família, da sociedade e do Poder Público garantir a dignidade e os direitos da população idosa. Desse modo, a discriminação praticada pelos mais jovens e a atuação negligente do Estado demonstram a discrepância entre o que é defendido por mecanismos legais e a realidade. Percebe-se, portanto, que o idoso no Brasil não é devidamente valorizado, evidenciando-se a necessidade de mudanças em diversos níveis sociais.         É válido ressaltar, à princípio, que grande parte da sociedade apresenta conduta desrespeitosa em relação aos mais velhos, pois, conforme Marx, com a consolidação do sistema capitalista o homem passou a ser julgado pela sua capacidade de produzir. Dessa forma, os idosos carregam uma imagem deturpada de inutilidade, sendo marginalizados e excluídos pela população mais jovem. Prova disso está na exclusão digital da terceira idade, causada pela falta de paciência dos demais para inserí-los nesse novo meio. Ademais, não são raras as denúncias de violências físicas e psicológicas que sofrem no próprio âmbito familiar. Sendo a família a célula do corpo social, tais comportamentos são externalizados na coletividade cotidiana, refletindo-se, por exemplo, nos indivíduos que não cedem seus assentos nos transportes públicos aos mais velhos.         Deve-se pontuar, também, que apesar do envelhecimento da população, em detrimento do aumento na expectativa de vida, o Poder Público não investe expressivamente na criação e aprimoramento de programas específicos que visem a melhoria do bem estar dos idosos. Quanto a essa questão, é notório que o Sistema de Saúde Público é falho e não oferece o aporte necessário à terceira idade que, sendo mais suscetível à patologias físicas e psquiátricas, é extremamente prejudicada. Outrossim, sabe-se que os asilos públicos são poucos e encontram-se em condições precárias, muitas vezes abandonados pelas autoridades, situação que se configura como um vilipêndio ao Estatuto do Idoso.            Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para mitigar a desvalorização do idoso no Brasil. Cabe ao Ministério da Educação desenvolver um projeto para ser desenvolvido nas escolas que, por meio de atividades lúdicas e palestras, abordem a necessidade de se tratar com respeito os mais velhos, objetivando uma mudança de conduta dos mais jovens. Paralelamente, a mídia, enquanto agente formadora de opinião, deve expor a problemática através de reportagens e telenovelas, visando sensibilizar a população acerca do tema. Por fim, a sociedade civil organizada deve pressionar os governantes, com o fito de incentivá-los a aprimorar as políticas públicas voltadas à terceira idade. Dessa forma, o idoso poderá, enfim, se sentir valorizado na sociedade.