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Enviada em: 22/10/2018

Segundo o IBGE, a população de idosos aumentou 50% nos últimos dez anos. No entanto, depois de trabalhar, em média, mais de oito horas por dia, durante mais de trinta anos, o que resta para a maioria é a sensação de abandono pelo poder público e pela família.       Naturalmente, com o passar dos anos, o corpo humano sofre com o envelhecimento. Entretanto, muitos idosos, após anos de trabalho árduo nos diversos setores existentes – serviços, indústria ou agropecuária-, acumularam diversos problemas de saúde e hodiernamente convivem com o Sistema Único de  Saúde - SUS -, sucateado, com filas de espera que duram mais de meses para uma consulta e até anos para fazer uma cirurgia de remoção de catarata, por exemplo.  Não obstante, mesmo tendo tempo livre e saúde, com o salário que a maioria dos idosos recebem, não é possível deixar de cuidar das necessidades básicas para fazer atividades de lazer como viagens e  inscrever-se em um curso ou clube por exemplo.  Dessa forma, sentem-se abandonados pelo poder público.       Outrossim, sob a luz do conhecimento do sociólogo Zugmut Bauman, em sua obra Modernidade Líquida, afirma que as relações interpessoais diminuíram de valor nos tempos atuais, em que, pela liquidez das relações, os laços se desfazem muito rapidamente e as pessoas deixam de cuidarem umas das outras. Somando-se a esse contexto a lógica capitalista proposta por Karl Marx, no qual esse modelo econômico, que requer consumo intenso e contínuo, exige das pessoas o trabalho incessante e exaustivo, afim de buscar o prazer consumista, impedindo, dessa forma, essas pessoas de dedicarem tempo aos seus familiares, principalmente os idosos.       Nesse sentido, valorizar os idosos é uma obrigação do poder público de da família. Portanto, o Governo Federal deve buscar continuamente melhorar o atendimento médico a esse grupo, ampliando o número de vagas em consultas e de profissionais no SUS, afim de agilizar o atendimento e as cirurgias. Da mesma forma, o  Ministério da Cultura e o do Esporte devem fomentar a criação de clubes públicos - para aulas de hidroginástica, natação, oficinas de interação, atendimento psicossocial entre outros-,  que proporcionem lazer aos longevos e também custear a passagem e hospedagem para aqueles que só recebem o salário mínimo. Por fim, as famílias devem aumentar a atenção dada aos seus anciões, com mais atividades lúdicas, passeios e conversas, diminuindo a ociosidade e promovendo as relações interpessoais. Com essas ações, a sociedade demonstra valor aos seus longevos e os investe de orgulho pelo tempo que já viveram.