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Enviada em: 24/10/2018

Segundo o hegelianismo, o homem é um ser histórico e, por isso, tem a capacidade de se adaptar ao contexto no qual está inserido. Dessarte, verifica-se a busca dos seres humanos por mecanismo adaptativos que os assegurem a longevidade. Nesse âmbito, com o auxílio da tecnologia, foram elaboradas técnicas que possibilitaram uma maior expectativa de vida à população. Contudo, apesar das conquistas relacionadas à “melhor idade”, a valorização dos idosos ainda não é satisfatória, o que pode ser percebido ao se analisar a precariedade dos programas de saúde e a exclusão social.        Primeiramente, convém ressaltar que, apesar de existir o Estatuto do Idoso, responsável por garantir os direitos desse grupo, ainda há entraves no que tange à legitimação da legislação. Nesse viés, conforme a perspectiva filosófica de São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma sociedade democrática possuem a mesma relevância. Entretanto, ao evidenciar o cenário da saúde brasileira, verifica-se que o ideal de Aquino não é constatado e a população idosa é desfavorecida. Prova disso é que, de acordo com pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde em 2017, o Sistema Único de Saúde contava com um médico geriatra para cada 12 mil idosos. Dessa forma, tem-se como resultado as longas filas de espera que, somadas à falta de medicamentos e aos poucos cuidadores em ambiente hospitalar, refletem a negligência para com os cidadãos de idade avançada.        Em segunda instância, assim como a desvalorização dos idosos é percebida no sistema de saúde, a exclusão desses indivíduos também é reflexo do descaso. Nesse contexto, se por um lado a ciência possibilitou a longevidade, por outro, a modernização favoreceu a segregação; isso porque os avanços tecnológicos não foram acompanhados pelos grandevos e poucas pessoas emprenham-se em inseri-los nas redes de comunicação. Dessa maneira, a não utilização dos recentes aparatos de conversação favorece o surgimento de dificuldades no relacionamento com diferentes faixas etárias. Assim, ao observar a marginalização do idoso pelos jovens, é justificado o pensamento de Simone de Beauvoir, de que a velhice evidencia o insucesso da sociedade.        Urge, portanto, a adoção de medidas que amenizem esse impasse. Logo, cabe aos censores realizarem pesquisas com o fito de evidenciar os remédios requeridos pela população idosa e repassar os dados ao Governo, que deverá investir na aquisição desses fármacos, bem como na contratação de médicos geriatras, por meio do Fundo de Previdência e Assistência Social, a fim de melhorar as condições de saúde da terceira idade. Ademais, é função da família instruir os infantes acerca da valorização aos longevos, com o intuito de fortalecer os vínculos sociais. Assim, ao adaptar o cenário brasileiro ao bem-estar dos idosos será homologado o princípio hegeliano.