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Enviada em: 30/10/2018

Na obra, ''Cegueira Moral'', do filósofo Zygmunt Bauman, o autor diz que a sociedade atual tem como fim último o próprio eu. Em contrapartida, ao analisar a situação dos idosos na modernidade, infere-se o individualismo dos demais cidadãos perante a esse grupo. Nesse sentido, convém ressaltar a negligência familiar e a dificuldade da inclusão social como fatores determinantes na problemática em questão.     A priori, é fundamental a participação da família na garantia dos direitos básicos dessa faixa etária. Entretanto, isso não ocorre na prática, uma vez que muitos filhos abandonam os pais em casas de repouso ou os deixam em circunstâncias precárias. Tal realidade é justificada, por esses infratores, devido a falta de tempo, custo financeiro e a exigências com os  cuidados de anciões que possuem dificuldades físicas e psicológicas. Sendo assim, o conceito de modernidade líquida proposto pelo filósofo, Zygmunt Bauman, está de acordo com essa situação, visto que as relações entre a família e o idoso se tornaram líquidas, ou seja, rápidas e efêmeras. Por conseguinte, essa camada da sociedade se sente abatida e isolada do convívio social.    Outrossim, as transformações e os avanços dos meios tecnológicos dificultam ainda mais a inclusão social da terceira idade na sociedade. Isso ocorre, pois eles viviam em uma realidade contrária a atual, sem o uso de equipamentos tão avançados como tem-se hodiernamente. Desse modo, como vive-se em um mundo totalmente globalizado e interligado por meio da internet, aqueles que não participam desse círculo avançado, é visto pelos cidadãos como retrógrados. Mais uma vez, vê-se uma das várias dificuldades enfrentadas por essas pessoas, tanto pela falta de paciência dos jovens em explicar esse novo mundo, como por causa de todos estarem preocupados com os seus próprios interesses. Em comprovação, o filme ''UP - Altas Aventuras'', relata essa realidade ao mostrar um personagem idoso ultrapassado na realidade que convive e por causa disso ele é duramente marginalizado perante aos demais.    Em função dos fatos supracitados, é válido desmitificar essa realidade. Cabe ao Governo Federal, em conjuntura com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), elaborar campanhas publicitárias e palestras com depoimentos das vítimas desse infortúnio, a fim de conscientizar jovens e adultos. Ademais, o Ministério da Educação (MEC), deve introduzir nas escolas a ''Semana do Idoso'', a partir de projetos e brincadeiras com a participação das figuras oprimidas pela camada social, com o intuito das crianças e adolescentes construírem uma mentalidade diferente e compreenderem a importância da valorização dos idosos. Destarte, o ser humano terá como fim a coletividade e não o próprio eu.