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Enviada em: 17/03/2019

Desconstrução utópica        Em 2003, o Estatuto do Idoso —  órgão constitucional de autoridade no que tange à preservação dos direitos dos anciãos brasileiros — concretizou um conjunto de garantias , que firmam a qualidade de vida dos mais experientes. No entanto, mesmo após uma década, substancial parcela dos membros da terceira idade se mostram incapazes de usufruir das atribuições legitimadas pelo próprio Estado. Nesse sentido, para que tal fragilidade de administração dos direitos civis seja desfeita, urge combater o enigma em consonância aos agentes da sociedade previamente envolvidos.        Sob uma primeira análise, em 2001, um estudo publicado pelo IBGE estabeleceu que a pirâmide etária brasileira, para os próximos cinquenta anos, tende à variável crescência no quantitativo de idosos. Ocorre que determinada pesquisa intensifica ainda mais a necessidade do aperfeiçoamento de políticas e medidas públicas, que visem criar mecanismos de inclusão contínua a esse grupo, principalmente a partir da influência à acessibilidade no meio público. Nesse viés, é incoerente a persistência, na atualidade, de ditames que desvalorizem tais indivíduos e ponham em xeque um pilar grego essencial no aperfeiçoamento de uma nação democrática: a isonomia       De outra parte, é pertinente a frisagem de que as barreiras, as quais limitam o desenvolvimento de vida adequado dos idosos, não se restringem à ausência de princípios materiais. Nesse contexto, o político e pensador Abraham Lincoln deixou, como o maior legado de sua biografia, que o respeito aos experientes é uma das noções que firmam, positivamente, a dignidade de um ser. Face ao exposto, é ocular que o declínio e a falta de perspectiva — na qual compõe o cenário brasileiro no qual os idosos enfrentam — representam uma defasagem cultura na valorização dos que possuem idade mais avançadas. Dessa forma, enquanto tal negligência social estiver posta, mais árduo será o caminho dos mais velhos para conquistar a qualidade de vida.     Torna-se claro, portanto, que a desvalorização dos idosos no âmbito brasileiro precisa ser combatida ,por meio da mudança em mais de um setor social. Posto isso, convém ao Ministério Público criar estudos, aos quais tragam, a curto prazo, mudanças estruturais no meio coletivo, como na acessibilidade aos transportes públicos, a fim consagrar a qualidade de locomoção a tal grupo e garantir sua segurança. À mídia, por sua vez, cabe intensificar a divulgação de conteúdos que firmem a importância dos idosos na sociedade, com intuito de demonstrar sua importância e incentivar o respeito. Por conseguinte, sob a aplicação de tais medidas, construir-se-ia um meio social que valorizasse a figura do idoso e compactuaria para o tipo ideal de democracia não fosse utópico.