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Enviada em: 27/03/2019

Criada em 1994, a Política Nacional do Idoso deu o primeiro passo no que seria uma nova perspectiva de igualdade de direitos para os mais experientes. No entanto, até a atual conjuntura, a valorização dos idosos ainda parece utópica diante do alto índice de maus tratos e negligência. Ainda que já existentes, as instituições responsáveis pela punição de tais crimes são escassas em cenário nacional e ampliam casos do gênero. Em tal situação, nota-se que a valorização e inserção dos mais velhos na sociedade torna-se distante e carente de regulamentações capazes de inspecioná-las.     Sob primeira análise, é possível notar que países orientais valorizam o amadurecimento humano; a exemplo do filósofo chinês Confúcio, que em seus estudos associava o conhecimento à sabedoria. Porém, de maneira antônima, a cultura ocidental  relaciona os anciãos como pessoas debilitadas ou inválidas, em muitos casos excluindo a faixa etária de discussões ou atividades comuns a um grupo. Tal imagem pode ser percebida em sinalizações de locais públicos, em que a faixa etária superior a 60 anos é representada por um boneco curvado, segurando uma bengala. Essa perspectiva ultrapassada acaba por dirimir idosos e provocar neles sentimento de insuficiência, que somada muitas vezes a desmoralizações, o afasta do olhar otimista sobre a velhice, conhecida também como a melhor idade.     Além disso, as já criadas instituições que garantem o direito aos idosos são pouco vigoradas em território nacional. Somadas ao déficit, as agressões físicas ou emocionais, sofridas majoritariamente em ambiente doméstico, atingem altos índices anuais e estão diretamente ligadas à falta de aprimoramento na aplicação de punições. Com isso, os números tendem a subir e intensificar a depreciação dos idosos. Tal situação, então, agrava casos de doenças psicológicas, visto que dados apontam um pico inédito de suicídio de pessoas com mais de 65 anos. Esse cenário, destarte, põe em prática o conceito durkheimiano, que dá por consequência da exclusão social o suicídio anômico.       Torna-se, portanto, clara a necessidade de um maior reconhecimento do valor dos anciãos no Brasil, tanto pela sociedade quanto por órgãos públicos. Esses podem trazer melhorias para a segurança dos idosos por meio de parcerias de instituições como o Ministério Público e Conselho de Idosos a fim de estabelecer a integridade dessa população, essas medidas podem incluir visitas de agentes às famílias e atendimento psicológico à população mais velha. Ademais, o terceiro setor é também um importante aliado da causa, podendo unir ONGs ao Estatuto do Idoso e promover palestras entre os mais velhos, apresentando-lhes seus direitos e incentivando uma maior interação com a sociedade. Essas discussões são também necessárias em escolas e universidades, pois auxiliam na conscientização dos mais jovens em relação ao respeito à vida dos idosos, cidadãos de direitos equivalentes aos de todos.