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Enviada em: 07/08/2019

“O importante não é viver, mais viver bem”. Segundo Platão a qualidade de vida tem tamanha importância de modo que ultrapassa a da própria existência. Entretanto, no Brasil, essa não é uma realidade para os indivíduos idosos, que são os mais negligenciados atualmente, mesmo sendo uma parcela cada vez maior da população. Com isso ao invés de agir para tentar aproximar a realidade descrita por Platão da vivenciada por esse grupo, a família e o governo contribuem com a situação atual.      Desde a Antiguidade, os anciões eram vistos como fonte de conhecimento, sendo ouvidos e respeitados. Em Esparta, por exemplo, apenas pessoas com mais de 60 anos poderiam elaborar as leis da cidade, pois eram os que detinham mais experiência. Hoje, no entanto, esse pensamento se faz pouco presente na sociedade brasileira visto que conforme dados do Governo Federal, por meio do Disque 100 (Disque Direitos Humanos), no último ano, houve um crescimento de 16,4% das denúncias contra maus tratos dos idosos. Sendo que a maior parte envolviam a negligência familiar, tal como a omissão de cuidados gerais, a violência psicológica, o abuso financeiro e a violência física, o que reafirma o descaso e as frágeis relações familiares com os mais velhos.     Ademais, de acordo com o filósofo Thomas Hobbes, o Estado foi criado para garantir ao homem segurança, liberdade e bem-estar social. Contudo, nota-se que embora o Estatuto do Idoso assegurar que é dever do Estado zelar e proteger legalmente os idosos contra as formas de vida degradante, há brechas que fazem com que essa máxima fique restrita apenas a teoria, como a deficiência na qualidade do sistema público geriátrico, a dificuldade em conceder a aposentadoria, além da falta de inserção do idoso na sociedade, faz com que esse fique marginalizado socialmente. Dado ao exposto, infere-se, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à efetivação da garantia doa direitos humanos da pessoa idosa.     Logo,faz-se necessário que o Governo crie um Ministério destinado a assegurar na prática os direitos dos idosos, a fim de aprimorar e ampliar o serviço público de saúde, além de fiscalizar por intermédio de agentes fiscais que os idosos tenham seus direitos garantidos, punindo com multas quem os desrespeite. Além disso, é fundamental que a mídia, divulgue nos meios de comunicação, sobretudo nas redes sociais, campanhas que visem informar sobre a importância de respeitar e zelar pela qualidade de vida da população idosa, a fim de mudar o pensamento social e fortalecer os vínculos sociais e afetivos. Somente assim esses indivíduos não apenas existiram, mas viverão bem, assim como na realidade descrita por Platão.