Velho. Esclerosado. Inútil. Esses são alguns termos pejorativos utilizados por muitos na atual sociedade brasileira, para se referirem aos indivíduos da terceira idade. Em contraposição às sociedades orientais que enxergam a figura do idoso como referência e um símbolo de experiência, no Brasil, a valorização à velhice não ocorre, o que acaba inviabilizando em muitas situações a manutenção de sua dignidade, cidadania e respeito, o que contraditoriamente é previsto por lei. Segundo o Estatuto do Idoso em seu Artigo 3, cabe a família, a sociedade e ao poder público assegurar o direito a cidadania, ao respeito e a convivência familiar as figuras idosas. Embora essas obrigações estejam prevista por lei e seu descumprimento implique em punições legais, o que se observa no atual Estado Brasileiro é o abandono desses indivíduos em casas de repouso e asilos por parte da família, e o descaso do poder público, ratificado nos últimos meses com a reforma na previdência e o atraso no pagamento dos aposentados e pensionistas, o que ocasionou o endividamento de milhares destes no país. Outrossim, uma outra característica observada na sociedade brasileira e que na verdade pode ser observada nas sociedades ocidentais em geral é a desvalorização e a depreciação da velhice. No Maoísmo, por exemplo, o ser de mais idade é visto como uma fonte de experiências e sabedoria, tendo sua figura respeitada ao máximo. No Brasil, por outro lado, o poder das palavras e dos termos utilizados ocasionam desconforto e desrespeito á terceira idade. Propagandas e campanhas publicitárias, muitas vezes, se utilizam dessa situação para atrair aposentados e pensionistas para conseguirem empréstimo para realizarem suas vontades, fazendo, assim, sentirem-se úteis e ativos, contrariando o que a sociedade num geral os faz pensarem. A fim de que se atenue esse quadro insustentável, portanto, são necessárias medidas como desenvolvimento de projetos por parte das Prefeituras e Governos estaduais, que estimulem a atividade física na terceira idade, contribuindo, assim, no aumento da qualidade de vida desses indivíduos tão a mercê da sociedade. Ademais, o desenvolvimento de parcerias entre ONGs, casas de repouso e empresas, na qual estas forneçam auxílio publicitário e financeiro que os asilos necessitam para seu funcionamento adequado, e junto ao poder empresarial possam denunciar de forma mais efetivas os abandonos observados nessas organizações. Cabe ao Governo Federal e Estadual fiscalizar e punir instituições e indivíduos que firam ao Estatuto do Idoso, segundo as predestinações legais. A partir disso, mudanças, ainda que a longo prazo, serão observadas na atual sociedade brasileira frente a essas figuras que tanto como as outras merecem respeito e dignidade.