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Enviada em: 10/09/2017

Velho. Esclerosado. Inútil. Esses são alguns termos pejorativos utilizados por muitos na atual sociedade brasileira, para se referirem aos indivíduos da terceira idade. Em contraposição às sociedades orientais que enxergam a figura do idoso como referência e um símbolo de experiência, no Brasil, a valorização à velhice não ocorre, o que acaba inviabilizando em muitas situações a manutenção de sua dignidade, cidadania e respeito, o que contraditoriamente é previsto por lei.    Segundo o Estatuto do Idoso em seu Artigo 3, cabe a família, a sociedade e ao poder público assegurar o direito a cidadania, ao respeito e a convivência familiar as figuras idosas. Embora essas obrigações estejam prevista por lei e seu descumprimento implique em punições legais, o que se observa no atual Estado Brasileiro é o abandono desses indivíduos em casas de repouso e asilos por parte da família, e o descaso do poder público, ratificado nos últimos meses com a reforma na previdência e o atraso no pagamento dos aposentados e pensionistas, o que ocasionou o endividamento de milhares destes no país.   Outrossim, uma outra característica observada na sociedade brasileira e que na verdade pode ser observada nas sociedades ocidentais em geral é a desvalorização e a depreciação da velhice. No Maoísmo, por exemplo, o ser de mais idade é visto como uma fonte de experiências e sabedoria, tendo sua figura respeitada ao máximo. No Brasil, por outro lado, o poder das palavras e dos termos utilizados ocasionam desconforto e desrespeito á terceira idade. Propagandas e campanhas publicitárias, muitas vezes, se utilizam dessa situação para atrair aposentados e pensionistas para conseguirem empréstimo para realizarem suas vontades, fazendo, assim, sentirem-se úteis e ativos, contrariando o que a sociedade num geral os faz pensarem.   A fim de que se atenue esse quadro insustentável, portanto, são necessárias medidas como desenvolvimento de projetos por parte das Prefeituras e Governos estaduais, que estimulem a atividade física na terceira idade, contribuindo, assim, no aumento da qualidade de vida desses indivíduos tão a mercê da sociedade. Ademais, o desenvolvimento de parcerias entre ONGs, casas de repouso e empresas, na qual estas forneçam auxílio publicitário e financeiro que os asilos necessitam para seu funcionamento adequado, e junto ao poder empresarial possam denunciar de forma mais efetivas os abandonos observados nessas organizações. Cabe ao Governo Federal e Estadual fiscalizar e punir instituições e indivíduos que firam ao Estatuto do Idoso, segundo as predestinações legais. A partir disso, mudanças, ainda que a longo prazo, serão observadas na atual sociedade brasileira frente a essas figuras que tanto como as outras merecem respeito e dignidade.