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Enviada em: 30/09/2017

Na animação "Up: Altas aventuras", Carl é um idoso solitário que sai em uma jornada com o menino Russell para não viver em uma casa de repouso. A desvalorização de pessoas mais velhas, como retratado no filme, acarreta descaso e violência sofridos por elas. Diante disso, é vital que o poder público e o corpo social amparem essa camada da população.       Em primeira análise, infere-se que o papel de tal faixa etária alterou-se ao longo do tempo. Da Antiguidade até meados do século XX, seus componentes eram vistos como sábios, a quem os mais novos deviam respeito e admiração. Todavia, sob lógica capitalista do lucro e produtividade, os idosos passaram a ser enxergados como peças inúteis que geram custos à família e ao governo. Além disso, a padronização da juventude como ideal de beleza e o surgimento de procedimentos estéticos corroboram para a problemática.      Entretanto, o fenômeno de envelhecimento populacional é comum a muitos países, inclusive ao Brasil, cuja expectativa de vida dos indivíduos beira os 75 anos, segundo o IBGE. Mesmo com os direitos assegurados pela lei e amparados pelas delegacias especializadas, crimes contra os mais velhos ocorrem em demasia. Entre eles, pode-se citar o abandono e agressão. O desamparo, muitas vezes, não é praticado apenas por parentes, mas também pelo próprio Estado, o qual não garante acesso à serviços de saúde, lazer, infraestrutura nas vias de circulação e cumprimento das legislação.     Portanto, valorizar o cidadão de idade avançada é fundamental. O Ministério da Saúde deve investir na construção de clínicas e especialização de profissionais voltados à geriatria. Em parceria com a mídia, pode propagar campanhas a fim de estimular o respeito e o cuidado aos mais velhos através do apelo emocional. O Governo precisa investir nos órgãos da previdência e de bem-estar para que os idosos, assim como Carl, sejam capazes de viver novas aventuras.