Materiais:
Enviada em: 27/10/2017

O inesquecível Renato Russo, na canção "Que país é esse?", advertiu sabiamente: "ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação". Ao alertar sobre esse importante paradoxo, mostrou como os brasileiros ignoram as leis e regras de convívio. Nesse contexto, está inserida a população idosa do país, que tem seus direitos desrespeitados sob uma ótica desumana de abandono e falta de zelo com as suas necessidades. No Brasil, o número de idosos com 80 anos ou mais deve crescer 27 vezes de 1980 a 2060, segundo pesquisas do IBGE. Porém, o descumprimento do Estatuto do idoso ainda perdura no país da ordem e do progresso. São exemplos disso, as negligências sofridas por essa parte da população, seja pelas péssimas condições e desserviços dos hospitais em atendê-los e suprir suas necessidades ou, até mesmo, pelo abandono familiar.  É crucial salientar, também, a falta de colaboração e empatia da sociedade no que tange ao respeito dos direitos desse grupo. Convém citar, ainda, a vergonhosa atitude de uma parte da população que utilizam filas preferenciais ou estaciona nas vagas destinadas ao idoso, privando aos destinatários, aos quais a lei objetivava, de ter o que lhes é devido. Esse fato, infelizmente encontra respaldo na falta de fiscalização do Estado e conscientização dos cidadãos acerca dessa problemática.  Fica claro, portanto, que medidas por parte do governo e mudança de hábito da população são capazes de garantir a melhoria na vida dos idosos brasileiros. Dessa maneira, é papel do Estado oferecer melhores condições de saúde pública, além de atuar, com poder de fiscalizar e aumentar o valor das multas aplicadas, a fim de garantir o cumprimento dos direitos desse grupo. Cabe a população como um todo se conscientizar, e para isso é importante o engajamento das famílias, escolas e da mídia em geral, para a valorização desse público, por meio de acolhimento, de modo que o idoso sinta-se pertencente a todos os espaços sociais.