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Enviada em: 29/10/2017

Os avanços na medicina e a melhoria na qualidade de vida da população possibilitaram a transição demográfica vivida no Brasil. A elevada taxa de expectativa de vida, no entanto, convive com a inferiorização e a marginalização dos idosos na sociedade. Fatores de ordem econômica, bem como social, caracterizam o dilema da valorização desses cidadãos entre os brasileiros.    É importante pontuar, de início, a questão do sistema previdenciário na temática. Com o aumento da esperança de vida nos últimos anos, a População Economicamente Ativa (PEA) reduziu consideravelmente, provocando um desequilíbrio na previdência social. As alternativas apresentadas para superar esse quadro, porém, não atendem às demandas e aos direitos da terceira idade, anulando suas particularidades. Tal fato é ratificado pela conhecida Reforma da Previdência, que tenta estender os anos de contribuição dos trabalhadores, mas que carece de maiores diálogos com a população.    Outrossim, tem-se a influência de valores sociais depreciativos quanto à velhice. À guisa do filósofo Aristóteles, a chegada terceira idade deveria ser encarada de forma natural, já que esse processo é próprio da vida humana. Na contemporaneidade, entretanto, o envelhecimento tenta ser retardado e evitado por muitas pessoas, fruto de uma cultura que preza pela jovialidade. Essa realidade é observada no grande sucesso de produtos que prometem esconder rugas e demais sinais do avanço dos anos. Assim, a rejeição à velhice contribui para a marginalização e desvalorização dos idosos na sociedade brasileira.