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Enviada em: 07/01/2018

O brasileiro está envelhecendo. O significado disso é além do que pensar que mais gente está a atingir mais idade. De acordo com dados do IBGE, em 2030, a parcela da população com idade superior a 60 anos será maior do que a com idade inferior a 14. Esse fato é importante para se perceber que o país não está preparado para cuidar dessas pessoas.       Desde a promulgação do Estatuto do Idoso em 2003, os brasileiros têm sido motivados a discutir a questão. Mais que conceder prioridade em filas de bancos e caixas exclusivos em supermercados, o Estatuto visa garantir dignidade e qualidade de vida. O Brasil ainda não conta com estrutura de Estado adequada para atender às necessidades e demandas crescentes desse segmento. Serviços públicos - como transporte e saúde - são muito deficitários e não alcançam uma parcela importante dos idosos.       Além do próprio Estado, é importante avaliar a percepção das demais pessoas sobre o idoso, o que motivou muito do texto do Estatuto. A cultura do respeito ainda é muito questionável e é um problema a ser enfrentado. Um exemplo é o número de idosos abandonados pelas famílias em casas de repouso ou asilos, sem qualquer apoio emocional ou financeiro.       Passada mais de uma década, é importante que seja revisado o texto do Estatuto do Idoso. O Congresso Nacional deve voltar a discutir o assunto, para que agentes - sobretudo os relacionados ao Estado - sejam diretamente responsabilizados. As prefeituras - por meio das secretarias municipais de direitos humanos  ou similares - devem manter quadros de assistentes sociais dedicados ao acompanhamento da população idosa, com execução de planos de apoio e orientação referentes ao exercício da cidadania e ao acesso a serviços de saúde, transporte, lazer e segurança.       Não se pode ignorar o fato de que os idosos construíram o país que aqui há hoje. A garantia de respeito e dignidade nessa fase da vida é requisito para que haja plena justiça social. Com a expectativa de crescimento contínuo dessa parcela da população, constrói-se hoje o retrato do Brasil do futuro: um país que valoriza e reconhece o idoso.