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Enviada em: 24/07/2018

Consoante a segunda lei de Newton, um corpo tende a continuar em seu estado inicial até que uma força contrária ao mesmo seja aplicada. De mesmo modo, a cultura brasileira em que os interesses particulares vem antes do coletivo é uma vicissitude que precisa ser refreada. Assim sendo, a ética da valorização do malandro e do jeitinho brasileiro, comportamentos enraizados e quase tidos como patrimônio nacional, são problemas a serem enfrentados de maneira mais organizada pelo governo do Brasil.   Diante disso, Sérgio Buarque de Holanda em seu livro "Raízes do Brasil", definiu os brasileiros como homens cordiais, que são basicamente indivíduos que não conseguem compreender a distinção fundamental entre as instâncias públicas e privadas, principalmente entre o Estado e a família. Prova disso é a necessidade de três leis distintas sobre o nepotismo, além de que segundo o IBGE há quase um milhão de cargos de confiança espalhados pelo país.   Outrossim, cabe salientar que o jeitinho brasileiro ou a malandragem são a princípio maneiras de tornar a vida mais fácil. No entanto, em harmonia com Maquiavel, o egoísmo e a vontade de sempre levar vantagem sobre o próximo, sentimentos inerentes ao ser humano, segundo ele, levaram os brasileiros a tornarem esses comportamentos símbolos de corrupção, e falcatruas.    Portanto, o poder público deve investir na educação de base, por meio da escola, com aulas que despertem o sentimento cívico e nacionalista, incluindo na grade de história os escândalos de corrupção e levantando ainda debates em sala de aula sobre os limites do jeitinho brasileiro e da malandragem. Espera-se, com isso, que as próximas gerações cresçam com uma ética bem mais sólida e que tenha em vista o bem comum, não o benefício próprio.