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Enviada em: 09/04/2017

Dos mais diversos pontos de vista o “jeitinho brasileiro” adquiriu fama internacional. Somos conhecidos por nossa hospitalidade, genuína engenhosidade e, com maior destaque nos últimos anos, por nossa estupenda e inigualável desonestidade, claramente evidenciada e diariamente atualizada pela imprensa. Comportamento esse, que, preocupantemente, vem enraizando-se na cultura tupiniquim ao longo dos séculos, passando a ser, atualmente, o padrão comportamental vigente entre os brasileiros das mais distintas classes sociais e níveis intelectuais. Do cidadão comum, que não devolve o “troco a mais” na padaria, aos bilhões de dólares, evadidos do erário diretamente para contas em Zurique, reina a corrupção e a ausência de ética. Ao nos perguntarmos sua origem, aperceber-nos-emos que tais vícios corrompem nossa sociedade desde os tempos da colônia, haja vista que os primeiros cartórios notariais instalados na Terra de Vera Cruz já vendiam “facilidades” àqueles que delas precisassem e por elas pudessem pagar. É pertinente salientar, ainda, que estamos atravessando uma crise que é não somente ética, mas também moral. Em uma sociedade onde valores fundamentais como a família encontram-se deploravelmente deturpados; na qual os pais não possuem conduta e força moral para corrigir e educar seus filhos, dando-os exemplo e ensinando-os os mais básicos princípios do convívio em sociedade, tais quais o respeito ao próximo, a tolerância e a honestidade; a ganância e a corrupção encontram solo fértil para crescer e frutificar. Cabe a cada um de nós, portanto, a responsabilidade pela mudança que tanto reclamamos, bradando, preferencialmente sentados, em frente ao computador. Devemos tomar consciência de que, primariamente, precisamos iniciar a reforma dentro de casa, educando nossos filhos, orientando-os a respeito de uma conduta de vida fundamentada nos pilares da honestidade, da ética e da responsabilidade, para que, assim, formemos uma geração mais responsável que a nossa. Ademais, devemos denunciar todo e qualquer tipo de prática antiética, seja elas ilegal ou não, exigindo das autoridades as punições cabíveis e necessárias àqueles que fomentam a internacionalmente famosa desonestidade brasileira.