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Enviada em: 10/05/2017

A corrupção encontra-se presente nos âmbitos histórico, político e social brasileiros há muito tempo. Os recentes escândalos envolvendo políticos podem aparentar ser parte de um fenômeno novo ou de um tipo de epidemia, no entanto, em um país onde vigora a Lei do Gérson e onde existe a aceitação política de um representante eleito que "rouba mas faz", o que se manifesta no contexto político parece ser, de forma mais discreta porém persistente, uma peça integrante do "jeitinho brasileiro" de ser. Corruptos não são eles: corruptos somos todos nós.   Oferecer propina ao guarda, sonegar impostos e comprar produtos piratas são apenas alguns exemplos de ações corruptas praticadas por brasileiros no dia a dia. Esses atos não são, necessariamente, considerados tipos de corrupção e dados de em uma pesquisa conduzida pela BBC Brasil em 2013 em 23% de brasileiros não consideravam subornar um policial para evitar multa uma forma de corrupção.   Não obstante, cometer atos diários de corrupção apresenta consequências que vão além de critérios de julgamento de ordem moral. Como exemplo, a sonegação de  impostos compromete os recursos financeiros dos poderes públicos e a comercialização de artigos pirateados viola o direito à propriedade intelectual. Sendo assim, para que existam políticos não corruptos no amanhã, faz-se necessária uma maior conscientização da população em relação ao quanto, onde e como se age de forma corrupta.    Portanto, para que tal transformação se concretize, as diversas mídias poderiam criar peças publicitárias que retratem a corrupção brasileira do dia a dia, associando-a, de forma clara e inequívoca, aos casos de corrupção política. Do mesmo modo, as organizações não governamentais poderiam desenvolver ações a nível comunitário que debatam  sobre a corrupção e sua presença cotidiana e, finalmente, as escolas poderiam promover discussões sobre a ética e a moral de uma maneira pragmática, utilizando-se de exemplos concretos, incentivando assim os jovens alunos ao exercício da auto reflexão e, possivelmente, à mudança do pensar e do agir.