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Enviada em: 20/04/2018

O trabalho, segundo Marx, é um fator alienante nas sociedades em que a propriedade privada está instituída, e com o Brasil não é diferente. Pautado numa estrutura de produção chamada plantation, o país tem suas raízes em um meio profundamente hierarquizado e, mesmo com a abertura de muitas possibilidades advindas de um cenário de crise e mudanças, estas não são bem aproveitadas, e o trabalho continua sendo um fator limitante no desenvolvimento humano nacional.    Outrossim, Darcy Ribeiro coloca que o Brasil tem uma perversidade intrínseca na sua herança, e que isso torna as elites enfermas de desigualdade, de descaso. Então, fica claro que a estrutura social brasileira comporta, majoritariamente, um tipo de trabalho que aprisiona os trabalhadores em tradições escravistas. Dessa forma, mesmo as mudanças mais profundas geradas por dinâmicas sociais como a Indústria 4.0 e o arranque do setor de serviços, apresentam dificuldades em lograr êxito quando o assunto esbarra nos interesses oligárquicos remanescentes no país.     Porém, ainda que com dificuldade, as mudanças geradas nos meios de produção tendem a trazer uma maior democratização do espaço, isto é, a tendência do aproveitamento das capacidades de todos, mesmo com o interesse do capital, abre oportunidades para camadas menos favorecidas historicamente, como os negros e as mulheres. Assim, a dignidade humana no Brasil mostra-se como um horizonte próximo, porém ainda muito nebuloso por contas das disputas de poder.     Urge, portanto, a necessidade da tomada de ações por parte do Governo Federal no sentido de ampliar a abordagem nas escolas sobre esse assunto tão delicado no país, o trabalho. Logo, o MEC deve incentivar a ocorrência de rodas de conversa e projetos de extensão nas Universidades de modo que haja um engajamento de todas as ciências humanas sobre esse tema. O apoio supracitado deve ser financiado com verbas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, o PIBID. Além disso, o Estado deve, através da sua verba de propaganda, adquirir espaços publicitários em horário nobre na rede televisiva e exibir campanhas educativas sobre a importância do trabalho como construtor da dignidade humana. Com isso, a sociedade pode atingir um nível interessante de respeito aos direitos sociais.