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Enviada em: 10/05/2019

O calvinismo, movimento religioso iniciado em Genebra no século XVI, acreditava que o trabalho era responsável pela construção da dignidade humana e, com a ascensão social por meio dele, era um sinal de predestinação ao paraíso. Hodiernamente, á fato que o trabalho não influencia na construção da dignidade humana e o excesso dele pode prejudicar os cidadãos.   A priori, é fato que a ideia de que o trabalho dignifica o homem foi imposta para gerar mais lucro. Na Inglaterra, a partir do século XVIII, com a ascensão das indústrias, os grandes proprietários começaram a propagar a ideia de dignificação através do trabalho para, assim, gerar mais lucro e de acordo com Karl Marx manter a exploração do proletariado. Diante desse cenário, os trabalhos continuaram com esse conceito o que, consequentemente, gerou a alienação deles e a continuação da exploração.   Além disso, a ideia de que o trabalho forma uma pessoa melhor pode manter sistemas de escravidão. O filósofo Montaigne afirmou que o trabalho não deve ser realizado em excesso, pois, prejudica o ser humano, entretanto, há muitos indivíduos que usam a ideia de dignificação pelo trabalho para manter sistemas escravistas, principalmente no interior de grandes cidades, ignorando a lei áurea de 1888 e ferindo os direitos humanos.   Portanto, é mister que o Estado resolva esse impasse. O Congresso Nacional deve criminalizar o uso de ideias que tenham o objetivo de explorar o cidadão e, por meio de livros didáticos, instruir os alunos sobre escravidão e os direitos do trabalhador. Ademais, a mídia, como quarto poder da sociedade, deve alertar os cidadãos, por meio de propagandas e anúncios, sobre a escravidão ainda existente no século XXI, para que, o trabalho deixe de ser visto como um meio para ser digno e seja realizado moderadamente, pois, de acordo com Montaigne, apenas assim o indivíduo estará desfrutando dos seus direitos como cidadão.