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Enviada em: 29/05/2019

Já durante o desenvolvimento da Revolução Industrial, na Inglaterra, o filósofo e ativista social Karl Marx, defendia a ideia de que a vida humana está totalmente ligada as suas formas de trabalho e à maneira em que adquirem seu sustento. Na Contemporaneidade, o Brasil, como uma potência geradora de mão de obra assalariada, se depara com grandes dilemas no que diz respeito ao trabalho na construção da dignidade humana. Nesse contexto, dois entraves abrem pauta para discussão: a escolha da profissão para se tornar satisfeito e bem sucedido e a não-escolha que muitas vezes resulta em trabalho degradante e muitas vezes cerceado de liberdade.   Em primeiro ponto, segundo o filósofo grego Sócrates, ao escolher um ofício que satisfaça e tenha prazer em fazê-lo, o indivíduo não terá que trabalhar nem um dia de sua vida. Em outras palavras, escolher a profissão que mais se encaixe com a personalidade e com a aptidão sem dúvidas trará mais resultados satisfatórios do que em uma atividade que vise apenas retorno financeiro. A pesquisa Data Folha de 2016, apontou que empresas que valorizam o bem estar do profissional e dão autonomia para ideias e sugestões, têm 90% de rendimento mensal positivo, enquanto empresas mais formais e que impõem mais tem 60% de rendimento positivo e lidam com trocas de funcionários frequentemente. Com isso, observa-se que trabalhar recursos humanos, dar crédito de confiança ao empregado e estudar o ramo de atividade que se encaixa melhor em cada um, pode alavancar resultados satisfatórios para ambas as partes.    Outra questão importante são as relações de trabalho análogas á escravidão impostas à pessoas de baixa renda e vulneráveis em lugares mais afastados das metrópoles.Segundo o Sindicato dos Trabalhadores, cerca de 3 milhões de cidadãos ainda vivem sob condições de trabalho degradantes, com salários vergonhosos e jornadas diárias de até 16 horas. Mesmo instituída a Lei Áurea há quase 150 anos, muitos escravos ainda vivem espalhados pelo país e uma das causas para a persistência da exploração humana consiste na falta de fiscalização e oportunidade. Dessa forma, o indivíduo se sujeita a tais situações por falta de meios dignos de sobreviver.   Sendo assim, é necessário que o Governo intervenha para auxiliar nas escolhas de profissão e na prevenção de ofertas de trabalho abusivas. Com isso, é necessário que o Ministério da Educação viabilize cursos profissionalizantes para jovens e adultos, através de Institutos Federais ou em plataformas digitais para quem já trabalha e queira buscar novas oportunidades. Outrossim, os órgãos policiais devem investigar situações de trabalho precárias para que os responsáveis sejam punidos e a situação do trabalhador seja revertida, resguardando seus direitos assegurados pela Lei.