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Com o avanço dos séculos e a modernização da sociedade, foi chegado o fim da escravatura na sociedade brasileira, conforme a lei Áurea de 1888. Com esse direito de liberdade garantido, em conjunto do êxodo rural consequente da massiva industrialização nos anos 50, os cidadãos livres foram se aventurar nas zonas urbanas em busca de trabalho como forma sustento e dignidade. Entretanto, muitos cidadãos ainda se mantiveram em zonas rurais e continuaram com seus papéis servis. A falta de escolha e baixa qualificação profissional e escolarização devido a própria história dos mesmos cerceou a liberdade e abriu as portas para a exploração que perduram até hoje, dessa população e, portanto, a perda da dignidade dos mesmos. Em primeiro lugar, é importante destacar o porquê ocorre essa exploração. O patrão precisando de mão de obra manual e visando o lucro abusa de seus empregados que, muitas vezes, carentes e ignorantes, continuam a trabalhar com o medo da falta de oportunidades e da fome. Nesse contexto, a fome é usada como arma de persuasão vil. Empregados, em especial os que moram em fazendas, são obrigados comprarem mantimentos dos barracões dos próprios patrões que inventam preços exorbitantes e forçam seus empregados a contrair dívidas por conta da extorsão. Por consequência disso, cria-se um ciclo vicioso denominado escravidão por dívida, alcunha dada pelo sociólogo Rezende Figueira. Por conseguinte, a perda de dignidade desses cidadãos explorados é inegável, pois, por não conseguirem quitar a suposta dívida com o patrão, se vê obrigado, por falta de qualificação profissional e esclarecimento, a trabalhar o resto de suas vidas nessas condições e até mesmo precárias, sem equipamentos adequados e sem os direitos previstos na Constituição Federal que visa abranger e garantir direitos a todos. Portanto, é fundamental que o Governo promova ações destinadas a melhorar o meio em que a população mais objetivada está inserida, além de garantir tratamentos de apoio para as vítimas e punições aos exploradores. Dessa maneira, o Ministério de Educação e Cultura deve agir na capacitação de professores através de ações sociais que qualifiquem profissionalmente os trabalhadores rurais, a fim de resgatar a dignidade dos mesmos, criando assim, mais oportunidade de trabalho. Também fornecer portais de denúncia e amparo para os denunciantes não sofrerem retaliações, ademais, a tripartição de poderes políticos deve criar e executar ações fiscalizadoras efetivas a fim de resgatar esses cidadãos da situação indigna de escravidão por dívida e insalubridade. Somente assim será possível garantir a verdadeira liberdade e dignidade desses trabalhadores.