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Enviada em: 20/09/2019

Na atualidade, estamos cercados de clichês que dizem "o trabalho enobrece o homem''. Se, de fato, o dogma estabelecido é aquele que afirma que precisamos estudar, entrar em uma boa universidade e conseguir um bom emprego, deveríamos acreditar nestas máximas. Entretanto, as circunstâncias ditam, por vezes, o contrário, e nem sempre o trabalho é capaz de construir a dignidade humana sozinho. É necessário analisar como existem, não só na sociedade contemporânea, mas ao longo da história, casos constantes de negação ao trabalho na edificação da dignidade humana. Durante séculos, a escravidão foi uma realidade em todo o mundo, e no Brasil ela se perpetuou por muito tempo. Ainda não se pode dizer que foi extinta, já que existem casos atuais em nosso país, o que compromete diretamente os direitos humanos ao tratar pessoas como objetos. Além disso, no presente, casos de corrupção, e do famoso “ganhar dinheiro fácil”, passam a ideia de que trabalhar para obter algo pode não ser o caminho. Para compreender a importância do trabalho na construção da dignidade do ser humano, se faz coerente uma breve análise do contexto social no qual ele se encontra. Por exemplo, em uma sociedade de rótulos, na qual o "ter" em detrimento do "ser" é a regra a ser seguida, e muitos são valorizados mais pela conta bancária do que por méritos de caráter, empregos que possibilitam a obtenção de grandes somas de dinheiro fazem com que o trabalhador seja mais valorizado do que os demais. A dignidade humana é, então, medida não somente por meio do trabalho, mas pela remuneração dele. Dessa forma, no que diz respeito à dignidade humana por meio do trabalho, é necessário entendermos que os valores passados à sociedade são circunstanciais. Se nossas universidades já são boas, o governo deve, então, investir em educação pública de base, para que todas as classes sociais possam ter acesso à oportunidades de maneira igual. A meritocracia deve vir como fruto do trabalho, sendo o caminho mais justo.