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Enviada em: 09/04/2017

As relações de trabalho passaram por transformações sucessivas ao longo da história da humanidade, desde a escravidão, presente, na antiga Grécia até o sistema de "mais valia" de Karl Max, sendo o alicerce para riqueza de alguns em detrimento ao sofrimento da maioria. Nesse viés, a sociedade moderna chegou ao século XXI, ainda, subjugando os valores do trabalho, escravizando indivíduos,  permitindo o trabalho infantil e descumprindo, abusivamente, a legislação que ampara o trabalhador, de  forma a violar o direito inalienável à dignidade humana.  A sociedade contemporânea traz consigo uma cultura baseada no utilitarismo e na lucratividade, principalmente, quando se refere aos meios de produção. Uma operação do Ministério Público do Trabalho, em 2014, flagrou grandes empresas paulistas  do setor têxtil, submetendo trabalhadores bolivianos a condições análogas a de escravos, com jornadas extenuantes de trabalho. Tal situação é agravada pela "pejotização" do trabalho, aonde a contratação de pessoas físicas é substituída pelo contrato entre de pessoas jurídicas, culminado na supressão de direitos trabalhistas.  Não obstante, o trabalho infantil, ainda, prevalece  como uma chaga social, consequência, muita vezes, da miséria e da péssima distribuição de renda do país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima-se que cerca de 3 milhões de crianças e jovens exerçam algum tipo de trabalho e,  grande parte, não frequentam a escola. Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria desses meninos e meninas trabalham para complementar a renda familiar ou, pior, são a única fonte de receita de seu ambiente doméstico.   Embora a luta pela redução da exploração do trabalho tenha avançado com a criação dos organismos supranacionais, ainda, é discrepante a lei e a realidade, a plena garantia de amparo à saúde do trabalho é inexistente e o cumprimento dos requisitos necessários para segurança do ambiente laboral é, comumente, neglicenciado. Esse cenário é agravado pela parca fiscalização por parte do aparato estatal, seja pela precariedade dos órgãos competentes ou pela própria extensão territorial do país.  Compreender o trabalho como cerne da dignidade humana é, portanto, fundamental e deve ser assimilado pela cultural atual. Para isso é preciso que se estabeleça uma rede de informações, aonde a sociedade civil possa interagir, divulgando e não consumindo produtos resultantes de exploração do trabalho . Além disso, a inclusão de famílias socialmente vulneráveis em programas de distribuição de renda e cursos profissionalizantes são meios de mitigar o trabalho infantil. Ademais, o fortalecimento dos órgãos fiscalizadores, com destinação de recursos para prevenção, de maneira a salvaguardar a dignidade desses trabalhadores e garantir, acima de tudo, o direito à busca da felicidade.