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Enviada em: 09/04/2018

No século XVI, em meio aos conflitos entre igreja e população, João Calvino pôs em prática a sua teoria da predestinação absoluta e proclamava a ideia do trabalho como ferramenta para a condução da dignidade humana. Hoje, no entanto, nota-se que o postulado do suíço não se aplica a todos, principalmente pelo fato de muitos indivíduos estarem submetidos a situações degradantes e condições sub-humanas de exploração trabalhista. Nesse sentido, cabe analisar o fator preponderante que tornou o trabalho um sistema de opressão simbólica.     Mormente, ao analisar a sociedade antes das transformações motivadas pelo capitalismo industrial, observa-se que não havia muitas disparidades entre o empregador e o empregado, ambos compartilhavam das mesmas privações e confortos. Fato este que também foi descrito na obra “Raízes do Brasil” de Sérgio Buarque, na qual o escritor revela, ainda, que foram as revoluções industriais que estimularam o antagonismo de classes e, posteriormente, a relação hierárquica, que facilitou, ao proprietário, a exploração de seus operários a troco de salários irrisórios. Nesse contexto, ficou evidente que o novo regime (capitalismo) romperia as cooperações no setor trabalhista e visaria ao lucro acima de tudo, mesmo que, para isso, fosse necessário a exploração dos proletariados.                             Todavia, é interessante ressaltar que, na sociedade moderna, a fim de evitar a continuidade dos abusos que ocorriam séculos atrás, foram criados mecanismos jurídicos de proteção ao trabalhador. Tais como as normas internacionais, que envolvem princípios dos Direitos Humanos e que é mediado pela Organização Mundial do Trabalho, ou os sindicados, que buscam estabelecer sempre as melhores condições para os empregados de acordo ditam as leis do país. No Brasil, por exemplo, tem-se a CLT, que foi promulgada na época do Estado Novo varguista, mas que, embora apresente um conjunto de leis importantes, sua integridade é questionada e muitas vezes desrespeitadas pelos grandes empresários. Aliás, são eles os responsáveis por promover o “trabalho escravo” no Brasil, que deixa o operário em uma situação de vulnerabilidade que conduz a um ciclo no qual dificilmente o indivíduo consegue se afastar.    Posto isso, fica evidente que será necessária uma mobilização social para alterar essa mazela internacional, de modo que o cidadão deixe de lado o caráter Macunaíma para pensar no bem coletivo. Assim sendo, é fundamental que o público consumidor exija de seus fornecedores a transparência de todo o processo produtivo, a fim de evitar que haja injúrias nas corporações de ofício. Ademais, poderá, o Estado de cada nação, investir no monitoramento dos grandes latifúndios e, ainda, fornecer incentivos fiscais às empresas que funcionarem de acordo regem as leis.