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Enviada em: 20/05/2018

Paradoxo pós -moderno: privacidade na Rede                                                           A ONU, ao decretar o acesso à Rede como um direito humano essencial, explicita o quanto as ações virtuais permeiam o cotidiano de muitos povos na contemporaneidade. Contudo, tal declaração não assegura o estabelecimento de limites entre o público e o privado como pauta de educação digital, a qual necessita ser difundida nesta realidade que aparenta garantir segurança, mas na verdade é grande difusora de informações e ações online.  Dessa maneira, a cibersegurança vê-se ameaçada pela alienação de internautas quanto ao dimensionamento do alcance de seus rastros online, paradoxalmente, comprometendo o privado em um mundo extremamente público. Tal fato é comprovado por análise do que os indivíduos postam, compartilham e expõem em suas redes sociais, demonstrando a leiguice perante até quem tais ações chegarão e para que fins serão utilizadas. Esses questionamentos são ressaltados pelo recente escândalo envolvendo o Facebook e a quebra de sigilo dos perfis, porque revelou que ações feitas por um perfil podem comprometer, também, a privacidade de todos os perfis a ele vinculados.   Para além disso, especialistas afirmam que o futuro basear-se-á em ainda maior conectividade, ou seja, a Internet é um marco da pós-modernidade sem retorno. É preciso, então, atentar-se ao fato de que à difusão tecnológica seguem os ciberataques, o vazamento de informações pessoais e o uso de perfis nas redes sociais para mapeamento de personalidade ou para a manipulação psicológica. Por conseguinte, o distanciamento entre o público e o privado durante o processo de socialização na Rede, bem como o investimento em cibersegurança, tornam-se mandatários na sociedade distópica que aos poucos se modela.   Em síntese, para o melhor aproveitamento das benesses da Internet, faz-se mister o investimento na educação digital das populações, como projeto governamental em parceria com núcleos educacionais especializados, partindo da difusão de campanhas em vídeos curtos e outras postagens divulgadas nas próprias redes sociais; garantido ampla difusão do que deve se tornar um comportamento de prevenção visando a segurança do privado em Rede. É também indispensável que profissionais de tecnologia da informação estejam frequentemente nas diversas mídias, em diálogo com a população, esclarecendo dúvidas dessa e alertando-a frente aos perigos aos quais qualquer um está sujeito, uma vez que se transpasse o limite entre o público e o privado na Internet.