Desde a Grécia Antiga, com o exemplo icônico de Esparta, em que a xenofobia era umas das características mais peculiares e marcantes do seu povo, o mundo enfrenta crises periódicas com relação à imigração de refugiados diante da fragilidade em se tratar desse assunto. Trazendo a questão para o século XXI, mais especificamente para o Brasil, a discussão discorre sobre, e principalmente, o limite entre proteção e valorização dos direitos humanos e até que ponto o acolhimento de povos êxules pode ser prejudicial para a soberania do país, em se tratando da preservação da cultura nacional. Nesse contexto, tem-se como exemplo dessa delicada situação o acolhimento do povo venezuelano, mais numeroso nos estados de Roraima, do Pará e do Amazonas, nos quais se tornou evidente todo o conflito gerado diante do choque entre culturas e entre as realidades dos povos, tendo em vista seus diferentes contextos. Por isso mesmo, pensa-se, discute-se, acerca da linha tênue que divide a xenofobia entre a falta de respeito, completa desvalorização da dignidade humana, e um mecanismo quase instintivo de autodefesa, no momento em que assume o papel de preservar uma identidade coletiva--e frágil em se tratando do Brasil. Por um outro lado, indo mais fundo em direção às consequências do problema, é preciso analisar quais são os reais riscos do acolhimento de povos refugiados. Nesse sentido, retomando o caso de Esparta, sua sociedade veio ao declínio justamente após a introdução de outros povos à sua realidade, terminando com Tebas sobrepujando-a. Não distante disso, atualmente, encontram-se os países europeus nos quais as políticas de acolhimento estão sendo revistas em razão do aumento crescente dos riscos de ataques terroristas, tendo em vista a natureza extremista do povo islã concernente à sua própria fé. Destarte, infere-se que a imigração é em geral um tema delicado e polêmico para o qual se almeja um consenso. Para o Brasil, lembrando-se da fragilidade da sua identidade cultural, já que ainda está em processo de construção ao longo desses 519 anos de descobrimento, precisa-se, antes de tudo, adotar uma política mais rigorosa e restritiva no que se refere ao acolhimento de refugiados com o uso conjunto do poder dos Ministérios das Relações Exteriores e da Defesa em prol da manutenção da soberania, segurança e cultura nacional. Desse modo, será possível garantir ao povo brasileiro qualidade de vida e possibilidade de prosperidade.