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Enviada em: 30/06/2019

Os movimentos imigratórios são a base da miscigenada identidade nacional. Portugueses, italianos e japoneses foram estimulados a vir para o país durante o processo de desenvolvimento territorial nos séculos passados. Modernamente, discute-se muito a questão de imigrantes oriundos de países em péssimas condições de vida como o Haiti e a Bolívia, bem como de refugiados, que diferenciam-se conceitualmente dos imigrantes pois correm risco de morrer em seus países de origem. Nesse contexto, esses fenômenos são questões geopolíticas que envolvem muitas nações. Desse modo, articular soluções em conjunto é a melhor maneira de lidar com a situação. Em primeira análise, as fronteiras geopolíticas do século XXI são muito próximas e envolvem muitos blocos com íntimas relações entre os membros. Com o fim da Guerra Fria, no final do século XX, e o forte avanço da globalização, os países ficaram muito coesos em suas relações internacionais, havendo intensas transações comerciais, possibilitando a ascensão econômico de muitos países. Nesse sentido, existe uma proximidade de cooperação econômica entre estados nacionais, porém essa cooperação não se estende à socialização do ônus de receber grandes fluxos de imigrantes, por exemplo. Já que existem blocos de cooperação econômica, como o MERCOSUL, é preciso que essa cooperação seja utilizada, também, para dar suporte a crises imigratórias, sobretudo quando há grandes desastres naturais e guerras. Por outro lado, o Brasil tem plenas condições de receber imigrantes e organizar as discussões na busca do melhor caminho para a problemática, visto que é um dos principais agentes geopolíticos e econômicos do continente. Dessa forma, o país não pode eximir-se de receber esses fluxos de pessoas e fornecer condições dignas de alojamento temporário e comida, além de segurança e assistência médica. Além disso, tem por dever abrigar e dar as mesmas condições mencionadas a refugiados, como é o caso dos venezuelanos no norte do país. É preciso destacar que esse dever é estabelecido pelo Alto Comissariado da ONU Para Refugiados, criado após a Segunda Guerra Mundial. Assim, é preciso que o país estabeleça canais de comunicação com outros países para distribuir imigrantes e refugiados, não fugindo de sua responsabilidade de recebe-los. Portanto, a imigração que ocorre para o Brasil é uma questão geopolítica que envolve muitos agentes. Para evitar crises humanitárias com grandes fluxos é preciso que o Ministério das Relações Exteriores crie um programa de cooperação internacional no qual outros países recebam parte desses imigrantes e forneçam-lhes condições de reestabelecer suas vidas, como acesso ao mercado de trabalho e aos sistemas de educação e saúde. Dessa forma, o ônus desse fenômeno será socializado é boas relações geopolíticas serão mantidas.