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Enviada em: 02/08/2018

Lei Seca: ainda com alto teor de jeitinho brasileiro.           Com o surgimento do carro popularizado por Henry Ford nos Estados Unidos, passaram a existir também novos desafios. Um que se apresenta como problema atual no Brasil é o do uso irresponsável e possivelmente mortal do automóvel em casos de direção alcoolizada e as tentativas de atenuar tais casos são várias. Dentre elas está a Lei Seca, do ano de 2008, que procura conscientizar a população através de um sistema legal e que, apesar dos resultados já demonstrados, carece de muito suporte e de muitos avanços para obter os efeitos desejados pelo governo e por toda a sociedade.       A Lei Seca surgiu inicialmente como instrumento de conscientização, porém sua efetivação encontra obstáculos na área da fiscalização, o que torna a Lei para muitos meramente institucional e não prática. Infelizmente, ainda pode-se constatar em algumas regiões a falta de etilômetros, conhecidos como bafômetros, que associada à desinformação por parte dos policiais rodoviários, agrava ainda mais a questão da, fiscalização e contribui para a impunidade.            Em adição a essa problemática; ainda há a consciência de boa parte da população de que se não há quem veja então não está errado. O "jeitinho brasileiro", teorizado por inúmeros sociólogos como Octávio Ianni, contribui para esse pensamento de escapar da lei e, juntamente com a ignorância dos riscos corridos ao colocar-se em uma situação de direção alcoolizada, forma um conjunto de ideias equivocadas fixadas no imaginário do brasileiro que ainda impede a efetiva implantação da legislação.            Assim é indispensável a criação, principalmente a nível municipal de programas informativos, nas escolas e comunidade, sobre os riscos da combinação de trânsito e álcool. Além disso, é imperativo que haja incentivos fiscais à iniciativa privada e as grandes empresas que contribuem na implantação de programas de educação no trânsito. Finalmente, os efeitos da Lei Seca só serão realmente sentidos e constantes com um passado de mortes e acidentes quando houver uma identificação da fiscalização e extinção de impunidade, sucesso esse que deve ser uma construção de todos os órgãos governamentais e da sociedade civil.