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Enviada em: 21/06/2018

Conforme dados historiográficos, o surgimento da civilização somente foi possível devido à gestão adequada dos recursos hídricos da região do “Crescente fértil”, situada hoje no oriente médio. Nesse sentido, embora o Brasil seja reconhecido por sua abundância de água doce em seu território, fenômenos de estiagem recentes evidenciam a ingerência nacional no tocante à oferta de água à população. Sendo assim, medidas diagnósticas e corretivas são necessárias ao melhor aproveitamento hídrico no país.         Na obra “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, a odisseia de uma família em busca de terras com água disponível evidencia, de maneira atual, as condições de muitos brasileiros que enfrentam o estresse hídrico. Vê-se, quase um século após a publicação da obra, que medidas como a efetiva transposição do Rio São Francisco ainda não lograram êxito em libertar a população do ambiente dessecado. Com isso, o fluxo migratório às metrópoles ocasiona o aumento da demanda por água em outras regiões brasileiras.        Por outro lado, a urbanização descontrolada eutrofizou os corpos d’água da maioria das cidades brasileiras. Vê-se, com isso, que a sociedade inutilizou, através de dejetos e resíduos agroindustriais, seu próprio patrimônio hídrico em nome do crescimento urbano. Dessa forma, o ciclo hidrológico já não é suficiente para suprir as necessidades desse contingente populacional. Sob tal óptica, ações adequadas à reversão desse quadro devem priorizar a recuperação dos efluentes poluídos, bem como o consumo sustentável de bens e serviços.        Torna-se evidente, portanto, que as alternativas à escassez de água dependem de um controle ambiental com vistas à restauração das reservas naturais de água potável. Para tanto, compete aos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e das Cidades, a fiscalização e destinação adequados dos poluentes produzidos em território nacional, com ênfase no tratamento adequado do esgoto urbano, resíduos agrícolas, industriais e reciclagem de material descartável. Cabe ainda à União a reserva de recursos para a finalização das obras de transposição do Rio São Francisco, sob risco que a nação continue no estágio pré-civilizado, no qual o acesso à água é parcial.