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Enviada em: 17/08/2018

Considerado um dos mais célebres romances brasileiros, ''Vidas secas'', de Graciliano Ramos, retrata o cotidiano familiar de retirantes sertanejos ao lidar com a seca no sertão nordestino. Longe da literatura, a obra encaixa-se com a realidade, visto que, a escassez de água continua sendo um cenário maléfico e prejudicial à sociedade. Destarte, é preciso não só considerar as razões dessa prática bem como os impactos sociais decorrentes dela.        Cabe pontuar, em primeira análise que, a distribuição demográfica do país não acompanha a divisão da água, uma vez que, a região Norte apresenta a maior reserva hídrica, porém possui uma menor quantidade de pessoas. Atrelado a isso, a inexistência de preocupações com o abastecimento, por parte de empresas, ecoa na sociedade desde os primórdios, devido a não preservação e reutilização de tal recurso natural indispensável à vida humana. Outrossim, o falho sistema educacional da nação, no qual não incentiva a participação efetiva no ramo, corrobora com o esteriótipo errôneo de que a água é descartável, por conta do fácil acesso. Ademais, o ser humano é influenciado pelo que ouve ou vê, sendo assim, a mídia e o Governo ao tratar campanhas institucionais apenas nos tempos de crise agrava uma preocupação momentânea que não perpetua em situações futuras.       Consoante Jean-Paul Sartre, filósofo francês, o ser humano é livre e responsável e cabe a ele o seu modo de agir. Neste viés, a desunião social para assegurar o bem a todos, evidenciada em desperdícios e desmatamentos, intensifica a problemática em diversos âmbitos, como por exemplo, o setor econômico, pois com a poluição e a seca, o solo é afetado e, por conseguinte, diminui-se a produção de alimentos. Além disso, a falta de fiscalização e negligência do Governo acerca do consumo desregulado do recurso afeta todo o corpo social, a distribuição de chuvas, a vegetação, o aumento de desastres ambientais, além de intempéries nas usinas hidrelétricas na geração de energia.       Diante dos argumentos supracitados, cabe à escola -cuja função social é, por meio de educação formal, buscar minimizar as desigualdades sociais- desenvolver projetos pedagógicos que garantam a dignidade humana de seus educandos. Para isso, deve promover ações afirmativas, por intermédio de campanhas de conscientização, de atividades como palestras e seminários cuja finalidade seja conscientizar os alunos da importância efetiva da preocupação e preservação da água, haja vista que a escola é a máquina socializadora do Estado. Em adição, mostra-se dever do Ministério da Agricultura e Pecuária o incentivo à transposição da água da chuva em empresas, por meio de investimentos em tecnologias econômicas e inovadoras,com o fito de amenizar sua falta. Posto isso, a realidade dos sertanejos serão eternizadas apenas na literatura brasileira e a nação poder-se-á evitar a escassez. S