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Enviada em: 08/08/2019

Em que pese a vasta rede hídrica, a falta de água é um problema que, historicamente, assola a população brasileira do sertão nordestino. Entretanto, nos últimos anos, a seca tem alcançado também algumas cidades da região sudeste, com intensificação dos prejuízos por causa da falta de planejamento dos entes públicos. Além disso, o uso imprudente da água pela sociedade apenas contribui com a escassez desse recurso.       A lei federal que instituiu o Plano Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH) contribuiu bastante com o seu texto para traçar a direção das políticas públicas estatais de manejo da água. Todavia, na prática, o Estado brasileiro não efetivou um plano estratégico para combater a poluição dos rios e demais reservas hídricas. O rio Tietê é um exemplo assustador do descaso do governo com esse bem. Desse modo, enquanto não forem cumpridos os objetivos do PNRH, será dada continuidade à degradação dos recursos hídricos.         Outrossim, é necessário que a sociedade entenda o valor da água como bem não renovável. Dados fornecidos pelo Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) demonstram que cada brasileiro utiliza aproximadamente duzentos litros de água por dia, quando o consumo moderado seria apenas setenta litros. Nesse contexto, é flagrante o desperdício de água pela população e suas consequências negativas para a escassez desse recurso.          O escritor Graciliano Ramos, em sua obra “Vidas secas”, retrata a triste realidade de um vaqueiro chamado Fabiano que vive no sertão nordestino castigado pela falta de água. Para alterar esse cenário, o Ministério do Meio Ambiente deve, por meio de relatórios circunstanciados, relacionar os Estados que descumprem os objetivos do PNRH para que não recebam verbas federais até que realizem o correto tratamento da água. Ademais, a sociedade deve aprender, mediante campanhas socioeducativas propagadas pela mídia, a realizar o uso consciente da água, a fim de que não passe a existir muitos outros como o vaqueiro Fabiano.