Enviada em: 27/04/2017

O Brasil é um dos aforados territórios que possuem um vasto litoral, o qual abriga extensa biodiversidade marinha e terrestre, além das variadas classificações de relevos, desde o sertão nordestino às cadeias de Mares de Morro, na região sudeste. Comparando-se essas características geográficas, alguns países localizados em regiões mais áridas, como Os Emirados Árabes Unidos, especialmente a cidade de Dubai, não encontraram alternativa ao processo de dessalinização da água. Todavia, trata-se de uma técnica de elevado custo econômico e tecnológico, não sendo uma opção viável ao Brasil, cujos reservatórios de água potável possuem volume amplo, mas que se encontram em má distribuição geográfica. Corroboram para o problema a ausência de infraestrutura fornecida pelo Estado juntamente com o uso não consciente da água pela sociedade brasileira.        A escassez de água atualmente encontra-se presente também em grandes metrópoles nacionais, como São Paulo e Rio de Janeiro, e não mais considerada apenas uma característica inerente à região nordeste do país. Porém, esse impasse possui raizes distintas: na região sudeste, o consumo e o desperdício existem em proporções desmoderadas, bem como são agravados pela degradação dos rios e oceanos. Já na área setentrional do país, a falta de planejamento, de infraestrutura adequada e de investimentos em saneamento básico são fatores que prejudicam de forma significativa o desenvolvimento da região, resultando em migrações inter-regionais.       Os setores industrial e agropecuário também são responsáveis pelo uso irresponsável da água, que em sua forma mais pura e pronta para o consumo, é utilizada em campos de irrigação e fabricação de roupas e calçados. Esse consumo em grandes proporções ultrapassa a utilização residencial da matéria-prima, aumentando significativamente o gasto de água por habitante, haja vista que o consumo não limita-se aos chuveiros, torneiras ou preparação de alimentos.       Dessa forma, a fim de priorizar a água dos aquíferos brasileiros à população, o Governo Federal deve, em parceria com o Ministério da Agricultura, estabelecer medidas que destinem o uso de água tratada e de captação pluvial aos agricultores, além de incentivar a redução do uso por meio de cobranças de taxas extras à empresas e indústrias que excederem o volume máximo estabelecido. A fim de conscientizar a população, medidas como o desconto na coleta de impostos àqueles que fizerem uso econômico da água podem servir de incentivo e medida corretiva a longo prazo.