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Enviada em: 11/09/2017

Alternativas para a escassez de água no Brasil       Em nosso país, a problemática da escassez de água decorre das  históricas secas no Nordeste com a conjuntura de poluição e desperdício no Centro-Sul, apenas para citarmos dois dos mais relevantes contextos. Vale frisar que, no gigantesco país-continente, cada conjuntura impõe desafios e soluções próprias.       É inegável que a longevidade dos quadros de estiagem no Nordeste inspirou governantes a experimentalismos os mais prosaicos: há registros de que D. Pedro II, em fins do século XIX, tentou introduzir camelos e dromedários africanos, ou seja, mamíferos "off road" na fauna nacional.       De lá para cá, a escassez de água espraiou-se por quase todo o país. Com efeito, no Brasil de nossos dias, conturbações densamente povoadas, como as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, amplificam a demanda por água potável, ao mesmo tempo em que indústrias poluentes e sociedades locais degradam mananciais e rios, como o Tietê e o Pinheiros.       Paradoxalmente, o oneroso tratamento da água captada acaba por se perder na sofrível malha de distribuição subterrânea. Na capital paulista, a companhia SABESP calcula que nada menos do que 35% de toda a água tratada escoa pelos canos, no percurso entre o local de tratamento e as residências. E o desperdício da torneira aberta, por descuido de não poucos indivíduos, só faz agravar a crise hídrica.       A solução, portanto, é multivetorial: no agreste nordestino, as municipalidades, as ONGs e os cidadãos devem se unir na construção de cisternas, e na irrigação a mais racional, por gotejamento, das áreas plantadas. No Centro-Sul e nas grandes cidades, incumbe às companhias de abastecimento minimizar o desperdício da água tratada. Em todo o Brasil, é papel do Governo Federal apoiar às melhores práticas locais, financiar a despoluição dos mananciais e conscientizar a sociedade.        Se um imemorial Tales de Mileto atribuiu à água a potência da vida,  impõe-se a nós a luta para não se "morrer de sede em frente ao mar".