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Enviada em: 27/05/2018

O inesquecível assassinato e esquartejamento de Eliza Samúdio pelo seu conjugue Bruno Fernandes, ex-goleiro do Flamengo, adquiriu repercussão mundial por salientar, de forma clara, sobre a voracidade da violência contra a mulher. Apesar do caso ter tido grande apelo social, pouco tempo após o crime, o ex-goleiro já estava inserido à vida social, principalmente em festas, negando seu histórico perverso, ou simplesmente ignorado pela sociedade misógina do Brasil. Este episódio, remete-nos à confirmação que ainda vivemos em uma sociedade que nega a promiscuidade que a violência feminina resistente trás ao país.   A princípio, a cultura da disparidade de sexos é contribuinte ao feminicídio extremamente avassalador. No Brasil monárquico, uma prática popular bastante executada era o casamento arranjado, que consistia na escolha do marido, pelos pais, para suas filhas. Tal ação era bastante problemática, uma vez que as mulheres não tinham a mesma opinião que seus pais, ocasionando em traições ou desentendimentos durante a união, em sua grande parte, essas mulheres eram assassinadas ou violentadas e deixadas a leito. Sendo assim, as raízes históricas da inferioridade feminina nos confirma à persistência do impasse na atualidade.   Ademais, a falta de importância à causa feminina corrobora à sua resistência importuna. Em 2006, foi instaurada a única lei penalizante contra a agressão feminina chamada Lei Maria da Penha, que, apesar de sua eficácia, ainda nos mostra uma realidade escassa de políticas direcionadas à esse entrave. Pois, sem incentivo ou apoio popular, os casos de violência são omitidos e deixados de lado pelas vítimas que não enxergam uma possibilidade de melhora, acostumando-se à uma realidade imprópria que pode ocasionar à graves problemas psicológicos, como a depressão. Por isso, a desvalorização da mulher se apresenta perniciosa por agravar ainda mais o problema da violência do termo injustamente usado "sexo frágil".   Fica claro, portanto, que a violência atribuída à mulher é negativa e precisa ser eliminada do cenário atual. Nesse contexto, cabe ao Governo em parceria com a Mídia, aumentar a alcançabilidade da Lei Maria da Penha, por meio da maior atuação dos Ministérios Públicos, acionados pelos veículos midiáticos, que devem promover uma campanha de conscientização a favor da denúncia e relato de casos sofridos, além da também promoção da importância e da valorização feminina ao país, a fim de garantir assim, uma redução de vítimas e a equidade entre os sexos definidos pela Constituição de 1988. Resta saber se os orgãos envolvidos serão capazes de estabelecer uma relação saudável com o que é válido para o bem-estar social da população em geral.