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Enviada em: 27/07/2018

Por volta de 500 anos atrás os portugueses chegaram ao território que hoje é chamado de Brasil e aí impuseram sua lógica de vida patriarcal abusiva e extremamente agressiva. Ao se depararem com as indígenas, os mesmos as estupraram, escravizaram e quiseram torná-las suas propriedades. No período colonial, mulheres do continente africano, trazidas à força para as Américas, também sofreram com a objetificação de seus corpos, estupros e escravidão por parte dos portugueses. Assim, a violência contra o sexo feminino persistiu na sociedade brasileira(construída por invasões e abusos) com muita força e isto se deve a herança deixada pelos europeus patriarcais dos séculos passados. A naturalização da agressividade para com mulheres que ocorria na colonização estruturou uma população com mentalidade enraizada no solo misógino. Física, moral, psicológica e sexual, são os tipos de violência mais presentes no dia a dia de crianças, adolescentes, adultas e idosas do sexo feminino no Brasil e no mundo devido ao androcentrismo, o que torna a vida dessas pessoas um campo de batalha hostil. A maioria dos relatos de mulheres que já sofreram algum tipo de agressão diz respeito ao desprezo para com elas vindo dos próprios parceiros, familiares e pessoas próximas à elas, evidenciando, por conseguinte, a herança brutal deixada pelo patriarcado, que preza a supremacia masculina e dos desejos dos homens, tirando do caminho a voz das mulheres.  Segundo a ONU, uma em cada três pessoas do sexo feminino sofre algum tipo de violência na América Latina. A região é conhecida por ser a mais perigosa do mundo para se nascer mulher, apesar de 97% dos países da região contarem com severas legislações contra a violência sobre mulheres. O Brasil faz parte desta vasta maioria, entretanto o país é considerado um dos piores países para essas pessoas viverem. A violência história impulsionada pelos homens é visível inclusive na política brasileira, onde a porcentagem de representantes femininas é ínfima. Logo, a dificuldade para se combater a agressão sofrida por mulheres se torna demasiado complexa, pois apenas iguais conseguem compreender problemas enfrentados por mulheres, afinal a compreensão é fruto da sensibilidade para com a dor sofrida e, historicamente, essa empatia para com o sexo feminino está em deficit no sexo masculino. Portanto, a persistência da violência contra a mulher deve ser combatida por uma maior inclusão de mulheres na política, de forma a ampliar o debate com a sociedade civil para que ocorra a desconstrução da histórica naturalização da misoginia. As mulheres não só precisam se unir mais, fortalecer o movimento feminista através da abertura dos grupos para crianças, idosas e até homens, de modo que os mesmos possam compreender o que o movimento significa, mas também se inserir ativamente nos três podere para desestruturar o patriarcado e garantir a aplicação da legislação brasileira.