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Enviada em: 30/09/2018

No século XX, os índices de violência contra mulher aumentaram expressivamente no Brasil. Em 1980, por exemplo, foram quase 47 mil mulheres assassinadas. Ademais, em 2010 esse número aumentou aproximadamente 60%. No entanto, quase um século depois, poucas medidas foram tomadas na profilaxia dessa problemática. Com isso, o abismo entre paz e mulher se torna cada vez maior no país, o que constitui um grave problema social e que cumpre ser enfrentado.      Em primeiro plano, vale ressaltar que o machismo não é algo recente, todavia, já era característico das civilizações medievais. Partindo desta verdade, a problemática em questão assume um viés histórico. Isso porque, dados do Instituto de Pesquisa da USP revelam que cerca de 37% dos casos de violência contra mulher são praticados por uma parcela de homens machistas que querem impor pela violência suas vontades. Nesse sentido, o então direito de liberdade, assegurado pela Constituição e reafirmado pelos Direitos Humanos é amputado, o que contribui para a persistência do problema.      Outrossim, como disse Hannah Arendt, uma influente filósofa do século XX, a banalização do mal se instala no vácuo do pensamento, trivializando a violência. Tomando como norte a máxima da autora, é possível dizer que o descuido do Corpo Nacional do com o fato arquiteta outro cenário desafiador. Nessa perspectiva, o Estado junto dos órgãos Governamentais já deveriam ter tomado medidas preventivas, como a utilização do recurso midiático que possui um forte poder coercitivo, a fim de alertar e conscientizar a população sobre o caso. Soma-se a isso, o fato de que a sociedade participa ainda de forma tímida na solução do infortúnio, não realizando, muitas vezes, denúncias contra a violência do sexo feminino, o que corrobora a perpetuação desse crime.       Urge, portanto, que caminhos sejam tomados para superar a questão da violência contra mulher no Brasil. E para garantir isso, é imprescindível a participação da tríade: Estado, mídia e sociedade. O Estado, com seu caráter abarcativo e socializante, deve fomentar, através de palestras públicas e programas escolares, o combate ao machismo, para que os casos de violência contra mulher ligados a soberba do homem se restrinjam ao passado; a mídia, vinculada a comunidade televisiva, precisa promover propagandas impactantes que alerte as pessoas a respeito da gravidade do problema, a fim de estimular a população a minorar os casos de violência contra o sexo feminino; por fim, a sociedade tem o dever de sanar, desde já, qualquer tipo de ato que fira a integridade física ou psicológica da mulher, para que a problemática em questão não continue se perpetuando na nação. Talvez, assim, como disse Hannah, será possível não banalizar esse problema, fazendo dele algo a parte da realidade brasileira.