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Enviada em: 10/10/2018

A violência contra o sexo feminino não é um evento recente da história. Durante a Revolução Industrial, mulheres foram violentadas física e moralmente em fábricas têxtil. Infelizmente, essas agressões se perpetuam de maneira similar na sociedade contemporânea brasileira. Nesse sentido, é necessário entender como a cultura patriarcal e a ineficiência do sistema jurídico contribuem para a manutenção dessa problemática.       Em primeiro lugar, a visão hierarquizada da estrutura familiar incentiva os casos de violência. Segundo o conceito de "Instituições Zumbis", do filósofo polonês Zygmunt Bauman, algumas instituições não exercem mais suas funções e, no entanto, mantêm a sua forma. De maneira análoga, a construção histórica de que o homem é o responsável pelo controle das relações familiares torna a Família como uma instituição "morta-viva". Como consequência disso, a maioria dos casos de agressões contra mulheres, lamentavelmente, são cometidos por seus companheiros.       É válido ressaltar, ainda, que a demora nas aplicações de punições pelo poder público impedem a resolução do problema. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, apenas um terço dos processos envolvendo a Lei Maria da Penha foram julgados. Por conseguinte, com a falta de agilidade, muitas mulheres se sentem inseguras ao fazer a denuncia, pois poderiam continuar expostas ao agressor até o processo ser julgado.       É fundamental, portanto, combater a permanência da violência contra  a mulher no Brasil. Para isso, as grandes emissoras de televisão devem incorporar em novelas, personagens que reforcem a importância do sexo feminino e desconstruam ideias de superioridade masculina, a fim de trazer de volta à vida, com uma estrutura mais harmônica, a Família. Ademais, o Ministério da Justiça deve criar tribunais específicos para o julgamento dos casos da Lei Maria da Penha, com o objetivo de agilizar tais processos. Dessa forma, diferentemente do contexto da Revolução Industrial, poderemos propiciar uma sociedade mais segura para as mulheres.